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Mayana Moura: “Não levo Satanás para casa”

A atriz conta como se preparou para viver o diabo em 'Jesus', novo folhetim da Record — e como foi a experiência infernal de gravar num calor de 53 graus

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 16h29 - Publicado em 20 jul 2018, 06h00
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  • Como se deu sua preparação para viver Satanás? Rezei antes de tudo e pedi proteção e luz para viver essa história. Para entrar mais no clima, coloquei a música Angel with the Scabbed Wings, do (roqueiro americano) Marilyn Manson, no último volume. Manson, aliás, é minha maior inspiração. Ao ouvir aquela música, o personagem veio, com sua voz e expressão corporal. Mas, da mesma forma que vem, vai embora. Não levo Satanás para casa. É como acender e desligar a luz.

    Qual é sua visão do diabo? Ele é o pai da mentira. É a cortina de fumaça, o dono de tudo o que é obscuro.

    Como é sua relação com a fé? Não sigo nenhuma religião específica, apesar de conversar com Jesus todos os dias. Sei que Jesus me entende e conhece meu coração.

    O que inspira sua caracterização do diabo? Posso adiantar que ele é um menino andrógino, não uma menina.

    Você tem sido alvo de piadas por causa do papel? Há muitas rolando ultimamente entre meus amigos. Dia desses, um deles me pediu para acompanhá-lo até um canto em uma festa e, ao chegarmos lá, disse ao pessoal que estava por ali: “O diabo me trouxe até vocês!”. Num jantar, outro amigo sentou a meu lado e brincou: “Vou sentar ao lado do Satanás!”. Todo mundo tem feito brincadeiras assim, já até me acostumei.

    Como foi gravar parte da novela no Marrocos? Eu nunca tinha ido lá. É um lugar mágico. O interessante foi gravar com uma roupa que pesa mais de 7 quilos a uma temperatura de 53 graus, em pleno deserto. Eu ficava coberta de suor nas gravações. Me senti lutando pela vida. O perrengue deve ter dado brilho extra às cenas.

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    Por que decidiu revelar, em 2017, que sofre de transtorno bipolar? Não me arrependo de falar sobre isso. A bipolaridade é uma doença e, como todas, deve ser tratada. Fico orgulhosa quando pessoas me escrevem contando relatos semelhantes. O que importa é que estou saudável, feliz e realizada.

    Publicado em VEJA de 25 de julho de 2018, edição nº 2592

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