Três danos à saúde que uma eleição pode causar
Pesquisa feita nos Estados Unidos mostra que aumento de ansiedade no período eleitoral está associado ao consumo de notícias sobre o pleito em redes sociais
– Depressão moderada
Um estudo da Universidade da Califórnia em Los Angeles feito com quarenta pessoas que disseram ter se sentido afetadas negativamente pelos resultados das eleições americanas de 2016 mostrou que 23% delas desenvolveram depressão moderada, caracterizada por sintomas como perda de apetite e crises de choro. Para chegarem ao diagnóstico, durante quatro meses os pesquisadores submeteram os pacientes a baterias de questionários semanais e em seguida a exames de ressonância magnética, que mediram a resposta cerebral dos analisados a estímulos relacionados a satisfação e recompensa, por exemplo.
– Stress
Uma pesquisa da Universidade de Michigan com oitenta jovens de 14 a 24 anos revelou que 86% deles sofreram sintomas de stress, como irritação e insônia, nas semanas que antecederam e nas que sucederam as eleições americanas de 2016. No caso das mulheres, 51% das entrevistadas afirmaram que os sintomas permaneceram até quatro meses após o pleito. Para os homens, esse porcentual foi de 32%. O aumento do nível de stress entre americanos fez com que psicólogos criassem uma denominação informal para a doença: “post-election stress disorder” (PESD), ou transtorno do stress pós-eleição.
– Ansiedade
Também os níveis de ansiedade aumentaram entre os americanos no período eleitoral. Em estudo conduzido pela Associação de Psicologia dos Estados Unidos, 33% dos 1 019 entrevistados relataram aumento na sensação de ansiedade e nervosismo no período eleitoral. A entidade relacionou esse aumento ao consumo instantâneo de notícias durante o pleito: 54% dos entrevistados que usam redes sociais mencionaram sintomas de ansiedade.
Publicado em VEJA de 24 de outubro de 2018, edição nº 2605