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A guerra ao coronavírus: os remédios extremos para um mal extremo

Do terremoto econômico ao trabalho dos médicos encarregados a atender os portadores do vírus, VEJA dedica uma série de reportagens ao tema

Por Rinaldo Gama Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 14h26 - Publicado em 20 mar 2020, 06h00

Para males extremos, extremos remédios — levados ao máximo rigor — são os mais válidos.” A receita, digamos desse modo, é de ninguém menos que Hipócrates (c. 460 a.C.-377 a.C.), o médico grego reverenciado historicamente como o pai da medicina.

A esta altura, não parece haver dúvida de que o novo coronavírus seja um mal extremo — no mínimo, por causa de sua propagação (o cenário, afinal, é de pandemia). Mas quais serão os “extremos remédios” que, “levados ao máximo rigor”, poderão combatê-lo com eficácia? Certamente o pânico não está entre eles. E é na ciência que se encontra a chave para derrotar a doença — como mostra a primeira de uma série de reportagens desta edição, que ocupam as próximas quarenta páginas desta edição, que dedica 42 páginas ao tema da Covid-19.

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“Estamos em guerra”, declarou, com razão, o presidente da França, Emmanuel Macron. Não se trata, porém, de uma guerra francesa — ela é mundial. Assim, no Brasil, cujo primeiro paciente com o novo coronavírus foi diagnosticado no fim de fevereiro, um dos fronts de batalha fica no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, onde ele se internou. Para esta cobertura especial, VEJA esteve dois dias naquela instituição, que se tornou referência no enfrentamento da Covid-19, registrando os trabalhos das equipes encarregadas de atender os portadores do vírus.

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Para além da saúde, em si, dos brasileiros, o surto, como se lerá adiante, atingiu em cheio a política nacional, escancarando os equívocos do presidente Jair Bolsonaro na condução do problema, sobretudo por insistir em afrontar os demais poderes e demorar a admitir a gravidade da pandemia. Não por acaso, em um vídeo gravado na entrada do Alvorada, e que circulou nas redes sociais, um imigrante haitiano afirma ao chefe do Executivo: “Você não é presidente mais”.

Infectado pelo resto do planeta, e também de forma comunitária, o país acabou sendo varrido por um tsunami econômico, com seguidas quedas da bolsa e cotação inédita do dólar em relação ao real. Diante disso, explica outra seção da revista, as já modestas expectativas de crescimento simplesmente naufragaram.

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Insista-se, no entanto, que tal situação não é nem de longe um efeito da Covid-19 que atinge somente o Brasil. A Terra, em certo sentido, parou. Há uma profusão assustadora de cidades fantasmas nos quatro cantos do globo, com populações inteiras vivendo em quarentena — um assunto incontornável apresentado aqui, a exemplo da ameaça que o novo coronavírus, mais do que qualquer candidato democrata, representa neste momento para a reeleição do presidente americano Donald Trump.

A série de reportagens fecha com o depoimento do empresário Ueze Stamatis, que fala de seu isolamento doméstico, após o diagnóstico de Covid-19. “Dentro de casa, acompanho o que corre pelo mundo e posso dizer: é hora de manter a calma”, aconselha ele. Sim, é hora de manter a calma, conclama VEJA no texto a seguir. É um remédio extremo, para um mal extremo.

Publicado em VEJA de 25 de março de 2020, edição nº 2679

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