A técnica que alivia os efeitos da quimioterapia no cérebro
Cientistas acreditam que o neurofeedback pode atenuar as dificuldades cognitivas e emocionais que surgem depois do tratamento
Pacientes submetidos a quimioterapia podem apresentar efeitos colaterais também no cérebro. Chamada de “quimio do cérebro”, a condição se caracteriza pelo aparecimento, durante e mesmo muito tempo depois do tratamento, de problemas de memória, de concentração e de organização, além de dificuldades emocionais e para dormir.
Embora bastante debilitante e com séria influência na vida pessoal e profissional dos pacientes, a quimio do cérebro não costuma receber tratamento adequado. Mas pesquisadores da Universidade da California, nos Estados Unidos, anunciaram nesta semana que o uso de neurofeedback pode ajudar.
A técnica é conhecida e indicada em diversos processos de reabilitação cognitiva, como as que podem ser necessárias após um acidente vascular cerebral.
Seu objetivo é auxiliar o indivíduo a reconhecer quando o cérebro funciona fora do padrão e agir para normalizá-lo. Consegue-se isso da seguinte maneira: uma espécie de capacete é colocado na cabeça do paciente e nele são ligados alguns eletrodos.
Os dispositivos registram as ondas cerebrais e as enviam para uma tela na qual o paciente pode enxergá-las. Dessa forma, fica mais fácil detectar os momentos das alterações e, a partir de estímulos específicos, impedir que elas continuem.
Para testar a eficácia do método no alívio dos sintomas dos pacientes com câncer, os cientistas analisaram seu efeito em nove mulheres que haviam passado por tratamentos contra o câncer de mama ao menos um ano antes do início da pesquisa.
Depois de dezoito sessões, as mulheres apresentaram significativa melhora nas funções cognitivas e também no estado psicológico.
Embora o estudo seja inicial e o número de participantes, pequeno, os cientistas estão otimistas em relação aos benefícios que a técnica pode trazer.