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Anvisa não recomenda hidroxicloroquina no tratamento do coronavírus

Agência reguladora defende continuidade dos testes clínicos para mensurar eficácia da droga; nos EUA, Trump anunciou pressa no uso do medicamento

Por Da Redação Atualizado em 4 jun 2024, 14h25 - Publicado em 20 mar 2020, 08h39

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou, na noite desta quinta-feira 19, uma nota técnica na qual não recomenda, “no momento”, o uso do hidroxicloroquina para tratamento do novo coronavírus. A droga, utilizada para casos de artrite, lúpus eritematoso, doenças fotossensíveis e malária, mostrou bom resultado em testes iniciais — ainda não conclusivos — contra a Covid-19 e é uma aposta do presidente americano Donald Trump no tratamento da doença.

“Apesar de promissores, não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desses medicamentos para o tratamento da Covid-19. Portanto, não há recomendação da Anvisa, no momento, para a sua utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus”, diz a agência.

Um estudo de cientistas chineses publicado no início do mês apontou que o hidroxicloroquina mostrou ser eficaz em inibir o vírus em laboratório. Um primeiro teste em humanos, realizado na França, foi promissor: 70% dos infectados testaram negativo seis dias depois do início da medicação. A amostragem da pesquisa, porém, foi pequena, de apenas vinte pacientes.

“A Anvisa reforça que, para a inclusão de indicações terapêuticas novas em medicamentos, é necessário conduzir estudos clínicos em uma amostra representativa de seres humanos, demonstrando a segurança e a eficácia para o uso pretendido”, frisou o órgão, que alertou que a automedicação representa um grave risco à saúde.

Nesta quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciou maior celeridade da agência federal para Drogas e Alimentos (FDA) na aprovação de medicamentos para tratar pacientes diagnosticados com o coronavírus. “Não vai matar ninguém”, declarou Trump, para em seguida enfatizar ser o medicamento “muito poderoso” e ter apontado “resultados prévios muito encorajadores”. “Será prescrito por médicos”, ressalvou.

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Nos Estados Unidos, a epidemia escalou com rapidez desde o início deste mês. Nesta quinta-feira, cálculos do jornal The New York Times apontaram que há 10.201 casos confirmados, em todos os 50 estados do país, e 149 mortes.

No Brasil, por sua vez, nesta quinta-feira o número de casos confirmados saltou de 428 (registrados na quarta-feira 18) para 621. Até o momento, o Ministério da Saúde confirma 6 mortes em decorrência da doença causada pelo novo coronavírus. O dado, no entanto, não leva em conta a mais recente morte confirmada por uma rede de convênios paulista na tarde de quinta. O total do país, portanto, chegaria a 7.

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