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Apatia e frustração: as principais queixas de saúde mental da geração Z

Dados de quase 1.000 usuários de programa da Amil indicam impactos das tecnologia nessa população; jovens têm menos tabus sobre buscar ajuda

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 nov 2024, 08h44
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  • Lidar com as questões ligadas à saúde mental sem tabus já é uma característica da geração Z, que, com algumas leves variações, considera os nascidos entre 1997 e 2012. Mas, imersos em um mundo complexo e com intensa relação com tecnologias, esse grupo também expressa camadas emocionais igualmente intrincadas. A percepção se manifesta no dia a dia dos consultórios e foi destrinchada em dados apresentados a VEJA do Programa de Saúde Mental da Amil, proposta oferecida desde 2018. Cansaço, apatia, tristeza e frustração estão entre as principais queixas dos quase 1.000 jovens atendidos pela iniciativa — eles correspondem a 30% dos pacientes.

    Um diferencial dessa população é a atitude de buscar ajuda quando algo não vai bem. Ao contrário dos millennials e gerações anteriores, que têm barreiras ao vivenciar problemas emocionais, a genZ procura auxílio especializado mais cedo.

    “Eles têm mais abertura para falar sobre a saúde mental, pois têm menos preconceito em relação a isso. São mais abertos a novas ideias e prezam pela liberdade de expressão”, explica o médico psiquiatra Maurício Okamura, referência técnica em Saúde Mental da Amil. Nas gerações anteriores, é mais marcante a presença do estigma , há um tabu em relação à saúde mental, tratada como algo pejorativo, como ‘loucura’, ‘frescura’, ou mesmo uma ‘fraqueza de espírito'”, completa.

    A proatividade se dá, em parte, pelo fato de os jovens estarem mais ligados às tecnologias que dão acesso a informações sobre depressão, ansiedade e outras questões de saúde mental, bem como seus efeitos deletérios. No entanto, as ferramentas tecnológicas também impactam suas mentes, de modo que são gatilhos para esses problemas.

    “Pensando no percurso de uma droga, em um primeiro momento ela se configura como um objeto de prazer, alívio dos sentidos. Em um segundo momento, com o aumento do uso e com os efeitos físicos no corpo, o objeto de prazer vira um objeto de necessidade e, logo, uma dependência com muitos prejuízos.”

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    As queixas da geração Z

    Embora muito jovens, os integrantes da genZ têm o cansaço e sensações semelhantes, como a apatia e a diminuição da energia, como principais reclamações, assim como tristeza, irritação e frustração.

    “Uma vivência de um mundo sem graça, sem propósito, sem vivenciar prazeres mínimos como se alimentar bem e dormir uma boa noite de sono. Vivemos preocupados com o amanhã, deitamos a cabeça no travesseiro ruminando pensamentos do que fizemos ou deixamos de fazer e nos sentimos culpados por isso”, descreve Okamura.

    Segundo o psiquiatra, esses sentimentos podem estar relacionados às metas inatingíveis cobradas pela sociedade e pelo mercado de trabalho, de modo que são pontos a serem questionados para evitar quadros depressivos. “Há uma reflexão necessária: o que é esse ideal irreal?”, recomenda.

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    Como cuidar da saúde mental?

    Assim como em outras doenças, a prevenção é a melhor forma de evitar danos mais graves. Nessa esfera, expressar os próprios sentimentos com a fala e a escuta sem julgamentos é o melhor caminho. Os psicoterapeutas, com suas diferentes abordagens, estão aptos a isso.

    “Quando você entende o sofrimento abre portas para lidar, para buscar estratégias para mitigá-lo. A angústia não falada vira sintoma, doença.”

    Também é preciso realizar atividades prazerosas, praticar atividade física e manter o contato com amigos e familiares. “O isolamento e o enclausuramento da pandemia nos ensinaram o quanto as atividades físicas, o lazer e o cuidado com as emoções são fundamentais para nossa
    sobrevivência. Sem saúde mental não há saúde”, finaliza Okamura.

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