Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99

Após ataque hacker, produção de fármacos para câncer deve ser retomada no país

Incidente cibernético atingiu o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares no final de março

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 abr 2025, 18h19 - Publicado em 7 abr 2025, 14h00

Após um ataque hacker ocorrido no final de março, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da Comissão Nacional de Pesquisa Nuclear (Ipen/CNEN) informou que deve retomar a produção de radiofármacos e radioisótopos na próxima quinta-feira, 10. As substâncias, de monopólio da União, são utilizadas no diagnóstico de no tratamento de alguns tipos de câncer e tiveram a produção interrompida por duas semanas. 

De acordo com o Ipen, a maior parte das atividades necessárias para a reativação da produção foi concluída com sucesso, representando um “avanços significativos rumo à normalização das atividades”, o que deve acontecer dentro do prazo previsto no cronograma inicial. 

Como o ataque hacker impactou o tratamento do câncer no país?

O “incidente cibernético” contra o Ipen ocorreu no último dia 28 de março. Como medida de segurança, a instituição isolou todo o sistema computacional, o que envolvida desconectar a rede da internet para interromper quaisquer conexões a distância. Ao longo das duas semanas ações corretivas e preventivas foram tomadas, o que inclui o aprimoramento das barreiras de segurança e a busca por vírus que pudessem coletar dados ou interferir no funcionamento da rede. 

O restabelecimento também contou com a colaboração da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN). “A SBMN tem mantido diálogo contínuo com o IPEN/CNEN e com profissionais da área para buscar alternativas que reduzam os prejuízos à cadeia de abastecimento e contribuam para a manutenção do atendimento médico”, disse a instituição, em comunicado. 

Embora as motivações do ataque ainda não tenham sido esclarecidas, acredita-se que os criminosos tivessem como objetivo “sequestrar” a rede para pedir um resgate. O Ipen afirma, contudo, que o ataque foi interrompido antes que isso acontecesse e que a segurança física, radiológica e nuclear das instalações não foram comprometidas. 

Continua após a publicidade

Que fármacos foram afetados?

Essa interrupção fez com que a produção dos radiofármacos parassem, interrompendo os suprimentos de substâncias utilizadas no diagnóstico e no tratamento de tumores, infecções e condições cardíacas. Dentre eles:

  • Iodo-131;
  • Lutécio-177;
  • Tálio-201;
  • Guan-IPEN-131;
  • Citrato de gálio-67;
  • Gerador de Tecnécio-99m.

Essas substâncias têm meia vida curta, o que faz com que a produção precise ser otimizada de acordo com a demanda, sem possibilidade de ser armazenada por muito tempo. Apesar disso, especialistas afirmam ser pouco provavel que a interrupção na cadeia de produção tenha tido grande efeito sobre os pacientes – primeiro porque o período foi curto e segunda porque eles funcionam como terapias complementares, cuja interrupção tem pouca chance de impactar o tratamento de forma muito significativa. 

Continua após a publicidade

Por dependerem de matéria prima radioativa, a produção desses medicamentos é de monopólio da União. Desse modo, o Governo Federal é responsável por suprir a quase totalidade da demanda nacional.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.