O presidente Jair Bolsonaro deu entrada na noite deste sábado, 7, no Vila Nova Star, hospital da Rede d’Or, em São Paulo. O presidente passará por uma cirurgia para correção de uma hérnia incisional neste domingo 8 por volta das 7 horas. O procedimento deverá durar de duas a três horas.
O motivo da internação ocorrer hoje é a alimentação. “Ele fará jejum de sólidos por 11 a 12 horas e de líquidos por 6 horas”, afirmou o cirurgião Antonio Luiz Macedo, coordenador da operação. A internação será em quarto comum.
O operação será a “céu aberto” — não por laparoscopia, portanto. Bolsonaro deverá manter uma dieta totalmente líquida nas primeiras 24 horas após a cirurgia. E nos dois dias seguintes consumir alimentos pastosos.
A operação é considerada de médio porte. O cirurgião devolve o órgão que está saindo e fecha a abertura. Durante o procedimento, o médico pode optar por usar uma prótese, uma espécie de tela, para reforçar o local.
O problema é resultado do enfraquecimento natural da parede abdominal depois de sucessivos procedimentos invasivos. No caso do presidente, foram três cirurgias após a facada que levou durante a campanha eleitoral no ano passado. Infecções ou excesso de esforço físico podem contribuir para dificultar a cicatrização — Bolsonaro, lembre-se, desfilou montado em um cavalo quarto de milha, galopando, durante evento em Barretos, interior de São Paulo.
Com a parede abdominal mais fraca, a pressão dos órgãos internos pode provocar uma abertura da cicatriz. Assim, os órgãos da região do abdômen, como as alças intestinais, podem escapar pela abertura, formando um volume no abdômen. Os sintomas costumam ser dor e desconforto.
Em geral, nesse tipo de situação, indica-se que os pacientes utilizem uma cinta após a cirurgia para ajudar a diminuir a tensão local e ajudar na cicatrização. O tempo de recuperação previsto é de dez dias.
O vice-presidente Hamilton Mourão assumirá o comando do Executivo no domingo. Mourão deverá permanecer na função até a terça-feira. Na quarta, Bolsonaro deverá retornará ao cargo e despachará do hospital.
A nova cirurgia ao qual o presidente vai ser submetido ainda é um dos efeitos da facada levada por ele um ano e um dia atrás, em 6 de setembro de 2018, em Juiz de Fora (MG). Reportagem de capa de VEJA desta semana mostra como o golpe desferido por Adelio Bispo também alimentou – e continua alimentando – teorias conspiratórias a favor e contra Bolsonaro.