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Butantan negocia parceria para desenvolvimento de vacina contra monkeypox

Instituto iniciou tratativas com o National Institute of Health (NIH), dos Estados Unidos, para a realização de estudos sobre vírus da varíola dos macacos

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 nov 2022, 14h48 - Publicado em 2 nov 2022, 14h21

O Instituto Butantan anunciou que iniciou negociações com National Institute of Health (NIH), dos Estados Unidos, para a realização de estudos e transferência de tecnologia para que a instituição possa produzir vacinas contra a monkeypox, mais conhecida como varíola dos macacos. O objetivo é impedir o aumento de casos e óbitos no Brasil, que contabiliza 9,2 mil episódios e oito mortes.

“Estamos apenas aguardando a formalização da parceria com o NIH, para o Butantan começar a criar expertise para uma possível produção da vacina”, informou o gerente de Inovação do Instituto Butantan, Cristiano Gonçalves Pereira, em nota divulgada nesta terça-feira, 1º.

O NIH é parte do Departamento de Saúde e Serviços Humanos norte-americano e tem aval para fornecer componentes para que o instituto trabalhe no desenvolvimento de bancos de células e vírus, assim como processos para a produção do imunizante. O Butantan, atualmente, produz oito vacinas utilizadas no Brasil: CoronaVac, Influenza trivalente, hepatite A, hepatite B, raiva e contra difteria, tétano e coqueluche (DT, DTP, DTPa).

No início de outubro, o Brasil recebeu a primeira remessa com 9,8 mil doses da vacina contra a varíola dos macacos, que será utilizada em estudos para avaliar a efetividade do imunizante na população brasileira exposta à doença.

O ministério adquiriu 50 mil doses da vacina contra a doença por meio de tratativas com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a previsão era de que a primeira remessa chegasse ao país em setembro. A pasta informou que as demais doses devem chegar até o fim deste ano. Em agosto, foi lançada a Campanha Nacional de Prevenção à Monkeypox.

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Em julho, a zoonose viral foi considerada uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (PHEIC, na sigla em inglês) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, até o momento, contabiliza 77,4 mil casos no mundo, segundo a plataforma Our World in Data, ligada à Universidade de Oxford.

Varíola dos macacos

Descoberta em 1958, a monkeypox (varíola dos macacos) recebeu esse nome por ter sido observada pela primeira vez em primatas utilizados em pesquisa. Ela circula principalmente entre roedores, e humanos podem se infectar com o consumo da carne, contato com animais mortos ou ferimentos causados por eles.

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Entre os sintomas, estão: febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. A erupção cutânea começa geralmente no rosto e, depois, se espalha para outras partes do corpo, principalmente as mãos e os pés. Antes do surto, a doença era considerada endêmica em países da África central e ocidental, como República Democrática do Congo e Nigéria.

Análises preliminares sobre os primeiros casos do surto na Europa e na América do Norte demonstraram que o vírus foi detectado por serviços de cuidados primários ou de saúde sexual e os principais pacientes eram homens que fazem sexo com homens. No entanto, a OMS já alertou para o fato de que essa não é uma doença que afeta grupos específicos e que qualquer pessoa pode contraí-la se tiver contato próximo com alguém infectado.

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