O Ministério da Saúde lançou na manhã desta quinta-feira, 4, a Campanha Nacional de Combate à Dengue, Zika e Chikungunya que, nesta edição, vai unir as tradicionais visitas de agentes de saúde aos imóveis e tecnologias focadas no vetor das três doenças, o mosquito Aedes aegypti, por meio do uso de mosquitos estéreis e da bactéria Wolbachia, capaz de impedir que o inseto transmita o vírus da dengue. Das três arboviroses em circulação, a dengue é a que mais preocupa, pois o país registra um aumento de 30% nos casos em relação ao mesmo período no ano passado.
Segundo a pasta, o Brasil tem, até o momento, 899.555 casos de dengue e 333 óbitos registrados. A incidência é de 422 casos por 100 mil habitantes e a principal região afetada é a Sudeste. A chikungunya está concentrada nos estados do Tocantins, Minas Gerais, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul. Foram notificados 86.901 casos e 19 óbitos. O zika vírus foi responsável por 6.295 casos, mas não causou nenhuma morte.
Além das visitas para verificar se as residências estão com criadouros de mosquitos, como água acumulada em pratinhos de plantas e pneus, o ministério vai apostar em estratégias para atingir o mosquito antes da reprodução e da proliferação de larvas. Uma delas é o lançamento de mosquitos estéreis em áreas urbanas com casos da doença e o uso da Wolbachia, a bactéria que impede que o Aedes se infecte pelo vírus da dengue e o transmita para as pessoas.
“A ideia da campanha é que a gente possa entrar na casa das pessoas novamente com esse tema. Parece algo esquecido, principalmente depois de uma pandemia em que as pessoas estão cansadas de se preocupar com riscos à saúde, mas temos de nos lembrar que temos três doenças que causam óbitos”, disse, em coletiva, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente Ethel Maciel.
Ela completou que a população não precisa se preocupar com as ações que envolvem os mosquitos estéreis. “Em um primeiro momento, a impressão é de que o mosquito vai aumentar, mas não vai ter a reprodução deles.”
A pasta informou que utiliza quatro tipos de insumos para o controle o mosquito e, neste ano, investiu mais de R$ 84 milhões na compra dos produtos. Um deles, popularmente conhecido como fumacê será distribuído nas próximas semanas. Segundo o ministério, houve “atraso no fornecimento causado por problemas na aquisição pela gestão passada”.
Embora a população se sinta protegida quando o carro do fumacê circula pelas ruas, Ethel alerta que essa é uma estratégia para situações de descontrole dos vetores. Quando o fumacê passa, é um sinal ruim. É sinal de que tem muitos mosquitos adultos e o ideal é que a gente combata a larva.”