Com surto de sarampo, Texas registra morte de criança não vacinada
Óbito foi o primeiro registrado nos Estados Unidos em uma década; 124 casos foram notificados desde o fim de janeiro, segundo departamento de saúde

O Departamento de Serviços de Saúde do Texas, nos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira, 26, que registrou a primeira morte em meio ao surto de sarampo que atinge duas regiões do estado desde o fim de janeiro. A vítima era uma criança que não tinha sido vacinada contra a doença e foi hospitalizada na semana passada. Até esta terça-feira, 25, 124 casos foram registrados, a maioria em crianças.
Com o registro, os Estados Unidos têm a primeira morte pela doença em uma década, segundo a agência Reuters. A infecção é altamente contagiosa e a forma mais eficaz de se proteger é por meio da vacina.
No comunicado, o órgão apontou que o surto se concentra nas regiões de South Plains e Panhandle. Dos 124 pacientes infectados, 18 precisaram ser internados ao longo do surto.
Ainda de acordo com o departamento, apenas cinco pacientes estavam vacinados. Os demais não receberam vacina ou tinham status de imunização desconhecido.
“Devido à natureza altamente contagiosa desta doença, é provável que casos adicionais ocorram na área do surto e nas comunidades vizinhas”, informou em comunicado divulgado antes da confirmação da morte.
Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), foram registrados 93 casos de sarampo no país neste ano. Além do Texas, Alasca, Califórnia, Geórgia, Nova Jersey, Novo México, Nova York e Rhode Island também tiveram casos. Em 95% dos episódios, a pessoa não tinha sido vacinada ou estava em situação desconhecida. A faixa etária mais afetada é dos 5 aos 19 anos (52%), seguida por menores de 5 anos (30%).
Riscos do sarampo
O sarampo é uma doença altamente contagiosa que passa de pessoa para pessoa pelo ar quando alguém infectado fala, tosse, espirra ou respira. O contato com gotículas também é uma forma de contaminação.
Segundo o Ministério da Saúde, um paciente com sarampo pode transmitir a doença para 90% das pessoas próximas caso elas não estejam imunizadas.
Os sintomas são tosse seca, conjuntivite, febre alta, nariz escorrendo, mal-estar intenso e manchas vermelhas pelo corpo. A doença é perigosa principalmente para crianças e pode causar complicações como pneumonia, inflamação no cérebro (encefalite aguda) e levar à morte.
O esquema vacinal completo é formado por duas doses na população de 1 a 29 anos. Na população infantil, a primeira dose deve ser aplicada aos 12 meses e a segunda, aos 15 meses. Dos 30 a 59 anos, basta uma dose da vacina tríplice viral, se não vacinado anteriormente. O imunizante é contraindicado para gestantes.
A vacina é a melhor forma de se proteger contra o vírus. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a vacina contra a doença evitou mais de 60 milhões de mortes entre os anos 2000 e 2023.