A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, aprovou a primeira pílula para tratar depressão pós-parto (DPP) na última sexta-feira, 5. Trata-se da zuranolona, medicação oral desenvolvida pela Sage Therapeutics, que nos ensaios clínicos demonstrou ser mais eficaz do que o tratamento com brexanolona – até então o único remédio aprovado pela FDA, em 2019, mas que não é amplamente utilizado por precisar de uma infusão intravenosa de 60 horas em um hospital e custar 34.000 dólares.
Projetado especificamente para a condição pós-parto, a pílula de zuranolona será comercializada com o nome Zurzuvae para ser tomado durante 14 dias. Ela também demonstrou funcionar com mais rapidez do que outros antidepressivos. Nos testes clínicos, as mulheres que tomaram o remédio apresentaram menos sinais de depressão durante um período de quatro a seis semanas, comparadas às que tomaram placebo. Os resultados foram medidos por meio de um teste psiquiátrico.
Os ensaios mostraram ainda que seus efeitos colaterais são mais leves do que os da versão intravenosa, que incluem sonolência e tontura. “Ter acesso a uma medicação oral será uma opção benéfica para muitas mulheres que lidam com sentimentos extremos e, às vezes, risco de vida”, disse Tiffany Farchione, chefe de psiquiatria do Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos da FDA.
Segundo a especialista, a depressão pós-parto é uma condição séria e potencialmente fatal em que as mulheres sentem tristeza, culpa, inutilidade – e até mesmo, em casos graves, pensamentos de machucar a si própria ou ao filho. O tratamento padrão inclui a administração de antidepressivos e acompanhamento psicológico, mas demora a fazer efeito para uma condição que pode durar semanas, meses e até anos.