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Como terapia revolucionária para câncer pode ajudar pacientes com lúpus

Uso de células modificadas se mostrou um tratamento promissor para pacientes com a doença autoimune

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 dez 2022, 13h37 - Publicado em 26 dez 2022, 12h35

Ainda sem cura, o lúpus é uma doença autoimune que causa dores e interfere no dia a dia dos pacientes, que podem sofrer com fadiga, manchas na pele, febre e ter as articulações, cérebro, pulmões, coração e rins afetados. Diante de um tratamento que apenas ameniza os sintomas, pesquisadores alemães resolveram aplicar a revolucionária terapia CAR-T, utilizada para cânceres sanguíneos, e apresentaram resultados animadores da estratégia: com apenas uma infusão, os pacientes puderam para de usar medicamentos após três meses. Os achados foram publicados na Nature Medicine.

O CAR-T utiliza as células de defesa do corpo, o linfócito T, para que elas identifiquem e destruam as células cancerígenas. Para a reprogramação das células do sistema imunológico, é realizada a coleta do sangue do próprio paciente para que os linfócitos sejam isolados e modificados em laboratório. Então, eles são multiplicados e infundidos no paciente.

A imunoterapia personalizada tem ação comprovadamente eficaz em cânceres de célula B, responsável por produzir de anticorpos do sistema imunológico. No lúpus, são essas células que iniciam um processo de ataque aos órgãos e tecidos do paciente em vez de agir contra elementos invasores. Ciente disso, o grupo concluiu que a condição poderia ser beneficiada pelo tratamento, considerado revolucionário por ter dado opção a pessoas que já não tinham esperanças para tratar alguns tipos de leucemia e linfomas.

O estudo foi realizado com cinco adultos jovens que não tinham sido beneficiados pelo tratamento padrão e que receberam apenas uma dose da terapia. No intervalo de três meses, eles conseguiram interromper as medicações. Os voluntários permaneceram em remissão pelo período de acompanhamento de um ano.

Ensaios com um número maior de participantes são necessários, bem como um acompanhamento de longo prazo, mas os resultados são promissores por sugerir que o lúpus pode ser um alvo mais fácil das células modificadas e com a utilização de uma dose baixa, o que reduz efeitos colaterais.

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