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Comprimido com princípio inovador é aprovado para doença de Crohn

Remédio de uso oral, Rinvoq é o primeiro de uma nova classe terapêutica agora indicada também para controlar a doença inflamatória intestinal no país

Por Diogo Sponchiato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 abr 2025, 11h21

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo tratamento para a doença de Crohn, uma das principais formas de enfermidade inflamatória intestinal, em geral diagnosticada em adultos jovens e caracterizada por episódios frequentes de dores abdominais, diarreia, sangramento nas fezes, perda de peso e outras manifestações que abalam a qualidade de vida.

O upadacitinibe, de nome comercial Rinvoq, é o primeiro representante da classe dos inibidores de janus quinase (JAK) a ganhar indicação para o controle de quadros moderados a graves dessa doença inflamatória intestinal em pacientes adultos no Brasil. A medicação, desenvolvida pela farmacêutica Abbvie, vem se somar, no arsenal terapêutico, a fármacos como anticorpos monoclonais, imunomoduladores e anti-inflamatórios do tipo corticoide.

A doença de Crohn

Trata-se de uma das principais formas de doença inflamatória intestinal, ao lado da retocolite ulcerativa. É causada por uma reação do sistema imune contra o próprio aparelho digestivo, o que pode desencadear “incêndios” da região da boca até o ânus, embora a maioria das agressões ocorra no intestino.

Crônica e progressiva, a doença de Crohn pode comprometer a saúde física, mental e inclusive financeira dos pacientes, afetando a rotina e as demandas de trabalho de um público economicamente ativo. Marcada por dores de barriga e diarreias intensas, também pode levar a desnutrição e complicações só resolvidas com cirurgia.

Um estudo nacional apontou que a prevalência da doença cresceu expressivamente entre 2012 e 2020, escalando de 12 casos a cada 100 000 pessoas para mais de 33 casos nessa mesma proporção. Houve um aumento de 167% nos diagnósticos em menos de uma década.

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O novo remédio

Rinvoq recebeu o aval da Anvisa para se tornar o primeiro inibidor de JAK voltado a doença de Crohn. No corpo, o princípio ativo inibe de modo seletivo e reversível uma molécula chamada janus quinase tipo 1, envolvida na deflagração da cascata inflamatória por trás dos sintomas.

“Upadacitinibe já era usado para outras doenças imunomediadas, inclusive para retocolite ulcerativa, um outro tipo de doença inflamatória intestinal, e agora, com a aprovação para doença de Crohn, temos um avanço considerável dentre as terapias disponíveis para os pacientes que precisam de cuidados avançados a fim de controlar a doença”, diz Fernando Mos, diretor médico da AbbVie Brasil.

A nova medicação se distingue de anti-inflamatórios e imunomoduladores tradicionais por sua ação mais precisa na origem das reações inflamatórias que caracterizam a doença e outros distúrbios autoimunes. Também possui um mecanismo distinto dos anticorpos monoclonais, inclusive tendo o diferencial de ser um comprimido diário, não demandando infusões periódicas como acontece com essa outra classe terapêutica. A suspensão do uso, diante de cirurgias ou infecções, por exemplo, também resulta numa reversão mais rápida de seus efeitos.

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Além da última aprovação para Crohn, a mesmíssima molécula está liberada para prescrição no Brasil no tratamento de condições como artrite
reumatoide, dermatite atópica, artrite psoriásica, espondilite anquilosante ou espondiloartrite axial e retocolite ulcerativa. No momento, ensaios clínicos também investigam seu potencial diante de quadros como lúpus, vitiligo e alopecia aerata.

A aprovação no Brasil

O Rinvoq ganhou o sinal verde da Anvisa com base em ao menos três estudos clínicos controlados que demonstraram que o comprimido alcança a meta terapêutica, com remissão dos sintomas e melhora dos tecidos confirmada por exames endoscópicos.

Em duas das pesquisas que subsidiaram a aprovação, entre 40 e 50% dos pacientes tratados com o upadacitinibe conseguiram controlar efetivamente as manifestações da doença de Crohn em um período de três meses. A manutenção da terapia manteve o quadro em remissão.

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