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Conheça 4 alterações nas unhas que podem indicar problemas de saúde

Mudanças na superfície, na cor, na espessura e na textura podem sugerir falta de vitaminas, mas também outras doenças sistêmicas, infecções e até câncer

Por Fernanda Bassette | Agência Einstein
16 abr 2025, 10h00

Talvez você não saiba, mas as unhas são uma extensão da pele, assim como o cabelo. Elas desempenham papel essencial na proteção das falanges (último ossinho dos dedos) e na funcionalidade das mãos e dos pés. Pode não parecer, mas ajudam a pegar e manipular pequenos objetos, além de melhorar o tato. Além disso, ainda exercem uma função estética.

“As unhas servem como uma camada de defesa para as pontas dos dedos, que são áreas muito sensíveis e ricas em terminações nervosas. Além disso, nos auxiliam em tarefas diárias, como segurar objetos, coçar e até mesmo proporcionar mais firmeza ao toque”, explica o dermatologista Andrey Malvestiti, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Mas sua importância vai além da funcionalidade e da estética. O estado das unhas pode refletir a saúde geral do organismo. Alterações na superfície, cor, espessura e textura, por exemplo, podem indicar falta de vitaminas ou doenças sistêmicas, como infecções e até mesmo câncer. 

Por isso é fundamental ficar atento a qualquer mudança na aparência das unhas. Confira alguns dos aspectos que devem ser observados: 

  1. Alterações de superfície

Essa é a queixa mais comum nos consultórios dos dermatologistas, geralmente descrita de forma vaga como unhas fracas, quebradiças, rugosas ou descamando. “As alterações estéticas são o que normalmente levam o paciente para o consultório. Dificilmente elas causam dor ou algum outro sintoma. Na maioria das vezes, o paciente procura um médico quando percebe que as unhas estão feias”, relata Malvestiti. 

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Segundo o médico, várias causas podem levar a essas alterações, entre elas, o próprio envelhecimento. “Assim como a pele envelhece e desenvolve rugas ao longo dos anos, as unhas também, e podem ficar mais fracas e rugosas. Isso faz parte do processo natural do envelhecimento”, diz.

No entanto, inúmeras outras condições podem afetar a superfície das unhas, como a doença arterial periférica (varizes e problemas vasculares), distúrbios endócrinos (alterações de tireoide ou diabetes descompensado), anemia por deficiência de ferro, doenças dermatológicas (psoríase e dermatites alérgicas) e até mesmo a gestação pode influenciar, por causa do desvio de nutrientes para o bebê.

“As unhas podem apresentar alterações sem que isso signifique um problema de saúde, mas também podem mostrar algo mais sério, que merece diagnóstico e tratamento adequados”, alerta o médico.

Fatores ocupacionais também precisam ser levados em consideração quando alguém se queixa de alterações nas unhas. Durante a avaliação clínica, é preciso entender mais sobre a rotina do paciente, com o que essa pessoa trabalha, se tem muito contato com água ou com produtos químicos, por exemplo. 

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Atletas, como corredores ou jogadores de tênis, têm mais risco de alterações nas unhas dos pés por causa do atrito do calçado e maior possibilidade de sofrer traumas físicos. Pessoas que costumam tirar a cutícula na manicure também são mais propensas a ter o problema. “A cutícula existe para proteger a lâmina da unha. Ao ir à manicure e remover a cutícula toda semana, pode-se causar pequenos traumas na matriz da unha e gerar uma lâmina defeituosa”, adverte Malvestiti. 

Alguns medicamentos também podem causar essas alterações, como os retinoides e quimioterápicos. “Quando o paciente chega ao consultório com essa queixa, em geral, ele alega ser falta de vitamina. Pode até ser essa a origem do problema, mas não podemos nos limitar a isso. Existem diversas outras causas com maior gravidade e relevância. Por isso é tão importante investigar bem a queixa. Muitas vezes, o tratamento não envolve nenhum remédio, apenas adequações na rotina e nos hábitos de vida”, afirma Malvestiti.

1. Mudanças de cor

Manchas brancas podem ser uma característica natural da pessoa ou resultar do uso excessivo de esmaltes sem intervalo para a recuperação das unhas, o que pode levar à desidratação da lâmina ungueal. “Unhas precisam de hidratação. O uso contínuo de esmaltes pode ressecá-las, resultando no aparecimento de manchinhas brancas”, diz Malvestiti, que recomenda períodos de pausa entre as esmaltações.

Manchas avermelhadas e roxas também podem ser o famoso “sangue pisado”, que pode ocorrer por pequenos traumas que geram focos de hemorragia abaixo da lâmina ungueal, sem maiores repercussões.

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Já manchas de coloração marrom, cinza ou preta podem ser um sinal de câncer de pele, como o melanoma subungueal. Embora a maioria das alterações escuras sejam benignas, é essencial procurar um dermatologista ao notar qualquer mudança de cor. “Pode ser apenas uma pinta na unha, ou mesmo uma pigmentação comum de peles mais escuras. Mas é importante procurar o dermatologista para uma análise mais detalhada, que diferencie uma lesão benigna de um câncer de pele”, orienta.

Além do melanoma, diversos outros tumores podem afetar as unhas, como carcinomas, fibromas e granulomas – mas, nesses casos, sem provocar mudanças na coloração. “Um ponto importante é que as alterações causadas por tumores geralmente afetam apenas uma unha, enquanto problemas sistêmicos costumam atingir várias ao mesmo tempo”, pontua o dermatologista. O tratamento geralmente envolve remoção cirúrgica da lesão, podendo ser necessário acompanhamento oncológico.

2. Descolamento

O descolamento das unhas pode ter diversas causas, incluindo traumas, infecções fúngicas, alergias a produtos químicos ou doenças sistêmicas. Segundo Malvestiti, a principal origem desse problema é a micose (onicomicose), que se aproveita de pequenos descolamentos (por esportes, por exemplo) para se instalar. O descolamento costuma começar na borda livre da unha e, se não tratado, pode se espalhar e atingir toda a lâmina ungueal.

3. Espessamento

As unhas ficam mais grossas, endurecidas e com acúmulo de material (como uma massinha) por baixo. Uma das principais causas também é a micose, que inicialmente provoca o descolamento e, com o tempo, leva ao espessamento e acúmulo de queratina abaixo da unha. 

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O tratamento inclui diminuir a espessura da unha por meio de lixamento, para permitir que os medicamentos antifúngicos penetrem na região. “Muitas vezes, os pacientes demoram anos para procurar o dermatologista. Quanto mais o tempo passa, mais alteradas ficam as unhas e mais difícil se torna o tratamento.”

4. Danos por infecções

Além dessas quatro alterações, as unhas também podem ser acometidas por infecções causadas por bactérias ou vírus. Elas podem provocar mudanças de cor, espessamento, descolamento e dor. 

As infecções fúngicas são as mais comuns, ao passo que as bacterianas (como a paroníquia) podem causar vermelhidão, inchaço e até formação de pus ao redor da unha. Já as infecções causadas pelo HPV (papilomavírus humano) podem resultar no aparecimento de verrugas ao redor das unhas. O tratamento varia conforme a causa, sendo essencial buscar orientação médica ao notar qualquer alteração.

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