O surto do coronavírus tem provocado o aumento da procura pelas máscaras e álcool gel, dois itens praticamente esgotados nas farmácias. Apesar da demanda, não há, por enquanto, necessidade de se utilizar os itens de proteção.
Até a tarde desta sexta-feira, o coronavírus já havia causado a morte de 213 pessoas, todas na China, e aproximadamente 10 mil infecções em todo o mundo. No Brasil, o Ministério da Saúde informou, em coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira, que investiga 12 casos suspeitos de coronavírus em todo o país. Ainda não há quadros da infecção confirmados em território nacional, nem em outros países da América Latina. Os casos estão nos estados de São Paulo (7), Rio Grande do Sul (2), Santa Catarina, Ceará e Paraná.
Apesar do quadro apresentado pelo Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não incluiu o uso de máscaras entre às suas recomendações à população. Embora não recomende, por enquanto, o uso de máscaras no Brasil, em nota, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) reforça o cuidado com higiene.
Mesmo com as recomendações da Anvisa e da SBI, as máscaras são itens de luxo nas prateleiras das farmácias. “Não há máscaras nem em nossa matriz. Pelas manhãs chegam carregamentos, mas eles se esgotam antes do fim do dia. Há clientes que fizeram questão de reservar as caixas de máscaras. Elas acabam muito rápido”, disse a VEJA Gabriel de Souza, funcionário de uma unidade da Drogasil do centro de São Paulo. Souza afirma que, nas duas últimas semanas, as vendas das máscaras aumentaram em 200% e que houve aumento no preço do item. Segundo o vendedor, uma caixa com 50 unidades passou de 17,90 reais para 21,90 reais.
Procurada por VEJA, a 3M Brasil, uma das maiores empresas fabricantes de itens médico-hospitalares, afirmou que, nesta semana, registrou um aumento de 40% nos pedidos de respiradores. No Brasil, a produção da empresa é direcionada majoritariamente ao mercado doméstico.