A infecção pelo novo coronavírus já estaria mais espalhada nos Estados Unidos do que dizem os dados oficiais. De acordo com um estudo feito por pesquisadores das Universidades Penn State, Cornell e Estado de Montana, com base em dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), pelo menos 8,7 milhões de pessoas foram infectadas nos EUA durante o período de três semanas. Os dados oficiais mostram 122.000 casos confirmados no mesmo período.
O relatório foi publicado no medRxiv, plataforma que publica estudos científicos antes de grandes revistas, e usou dados da notificação de casos de doenças semelhantes ao influenza ao CDC. De acordo com os pesquisadores, toda semana, cerca de 2.600 prestadores de serviços de saúde dos EUA relatam ao órgão o número de pacientes que apresentam sintomas típicos de gripe, incluindo febre de pelo menos 38º C e dor de garganta ou tosse, sem causa conhecida. Em seguida, foram excluídos os pacientes que apresentaram diagnóstico positivo para influenza.
Do grupo remanescente, eles consideraram que o número de casos acima da média para a época poderia ser atribuído ao Covid 19. Os resultados ainda precisam ser revisados, mas estão alinhados com a conclusão de outro estudo, realizado por pesquisadores da Universidade Stanford, que mostrou entre 2,5% e 4,2% dos residentes de Santa Clara County, um município na Califórnia, têm anticorpos contra o novo coronavírus.
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Isso indica que entre 48.000 a 81.000 pessoas já teriam se infectado. O número é entre 50 e 85 vezes maior que o número oficial de casos confirmados no local. Diante das descobertas, os autores alertam para a necessidade da realização de mais testes para saber qual é a taxa real de infectados. Mas afirmam que isso só será possível ser forem feitos testes de PCR e anticorpos de forma aleatória e não somente em pessoas que apresentam sintomas.
Mortalidade
Embora essa seja apenas uma estimativa que ainda precisa ser confirmada, a descoberta sugere que a taxa de mortalidade da Covid-19 pode ser menor do que as estimativas atuais, que variam de 1,4% a 3%. No entanto, os pesquisadores não sabem dizer qual seria a taxa com base nos resultados encontrados por eles.
Segundo Alex Washburne, da Universidade do Estado de Montana, em entrevista ao site especializado Web MD, um pouco de informação que falta pode prejudicar a estimativa da taxa de mortalidade. O que seu estudo sugere e que a taxa de crescimento do vírus seria mais rápida do que se sabe atualmente, mas o número de casos graves seria menor.