Coronavírus pode ser transmitido pelo sêmen, sugere novo estudo
A pesquisa, realizada na China, abriu importante caminho para a discussão
Uma pesquisa realizada em um hospital de Shangqiu, cidade na província de Henan, na China, encontrou o novo coronavírus no sêmen de pacientes infectados. Um grupo de 38 homens foi testado e seis apresentaram partículas virais no esperma. A descoberta sugere que a Covid-19 possa, portanto, ser transmitida sexualmente.
Especialistas ouvidos por VEJA ponderam que a descoberta é importante, mas que, para determinar se existe o risco de transmissão pelo ato sexual, ainda faltam estudos que mostrem que a partícula presente no sêmen é infectante.
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“Ainda não há evidência científica de que possa ser transmitido por contato sexual, mas isso estará em estudo e logo saberemos. Ter o conhecimento de que a partícula do vírus é infectante ou não é fundamental, porque a partir disso outras pesquisas vão se desenvolver para tentar elucidar se a relação sexual pode ter algum papel na transmissão”, explica Raquel Stucchi, infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
A relação sexual durante a pandemia já é um risco pela possibilidade de encontrar o vírus no nariz e na garganta. As partículas conseguem sobreviver e serem transmissíveis até o quinto dia após uma pessoa contrair a doença. Ricardo Diaz, professor de infectologia da Escola Paulista de Medicina e consultor da SBI, reflete que a descoberta seria revolucionaria se fosse comprovado que o vírus poderia ser infeccioso e por mais tempo do que em outras regiões.
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Clique e Assine“É mais uma prova de que ele está em qualquer lugar do corpo, se proliferando. Se fosse provado que o vírus é infeccioso por mais tempo do que na garganta e no nariz, os dois testes de PCR que fazemos para liberar uma pessoa que está recuperada não seriam suficientes. Cerca de 80% das transmissões do coronavírus acontecem em pessoas com pouco ou nenhum sintoma, e dentro de casa”, afirma Diaz.
Os testes do estudo chinês foram realizados apenas em homens. Ainda não há nenhuma comprovação da presença do coronavírus na secreção vaginal.