A retomada de atividades econômicas a exemplo de bares, autorizados a reabrir desde a última segunda-feira, 6, em São Paulo, inspiram cuidados sobre a concentração de altos níveis de contágio do novo coronavírus. Quem explicou o caso foi Abraar Karan, pesquisador em saúde pública da Escola de Medicina de Harvard.
Em entrevista a BBC, o especialista afirmou que em alguns ambientes a transmissão do novo coronavírus atinge níveis mais elevados que o normalmente registrado em análises epidemiológicas. Seriam eles os “superpropagadores”. Pesquisas iniciais apontam que a disseminação da Covid-19 em diversas regiões está intimamente ligada a esse tipo de evento, disse o médico. Festas de aniversário, bares e outros tipos de reuniões enquadrariam-se nesse grupo. O risco concentra-se, principalmente, em ambientes com alto volume de pessoas, por vezes sem equipamentos de segurança, e com pouca ventilação.
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Clique e AssineEm cenários como esse, um fator comportamental no entanto, pode ser decisivo para complicar a situação. “Estamos pedindo às pessoas que mudem seus hábitos, solicitando que façam coisas que estão fora do natural para que ajudem a conter a disseminação”, disse Karan, que demonstra especial preocupação com ambientes de confraternização. “Com o consumo de álcool, é mais provável que as pessoas voltem ao seu comportamento normal e se esqueçam dessas novas regras”, pontuou.
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A ingestão de alimentos, conversas e filas de banheiro também são preocupantes, pois permitem a circulação de gotículas entre pessoas. Se tudo isso ocorre em um ambiente sem ventilação natural, o problema é maior. “Há evidências de que os aparelhos de ar-condicionado possam contribuir para a propagação, potencialmente soprando gotículas ao longo do caminho”, disse o médico.
O especialista encerra sua fala afirmando que, em algumas ocasiões, apenas a etiqueta de higiene não será suficiente para manter-se seguro. “Em algumas situações, não importa quantas precauções você tome, continuará exposto a um alto risco. Bares são um exemplo disso.”