Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Vacina de Oxford tem resultado positivo em primeiros testes com humanos

Estudo clínico com mais de 1.000 adultos saudáveis mostrou que o imunizante induziu a produção células T, que atuam no sistema de defesa do organismo

Por Da Redação Atualizado em 20 jul 2020, 12h02 - Publicado em 20 jul 2020, 11h11
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica Astrazeneca, a vacina contra a Covid-19 teve resultados positivos em sua primeira fase de testes com humanos. Os resultados publicados na manhã desta segunda-feira, 20, na revista The Lancet uma das mais reputadas publicações científicas do mundo, indicam que o imunizante é capaz de induzir forte resposta imune em duas frentes do sistema imunológico: as células T e os anticorpos.

    “O sistema imunológico tem duas maneiras de encontrar e atacar patógenos – respostas de anticorpos e células T. Esta vacina visa induzir ambos, para que possa atacar o vírus quando circula no corpo, bem como atacar células infectadas. Esperamos que isso signifique que o sistema imunológico se lembre do vírus, para que nossa vacina proteja as pessoas por um período prolongado. No entanto, precisamos de mais pesquisas antes de confirmarmos que a vacina protege efetivamente contra a infecção por SARS-CoV-2 e por quanto tempo dura a proteção. ”, disse o professor Andrew Pollard, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, principal pesquisador do estudo.

    Os resultados preliminares são fruto do estudo fase 1/2, que envolveu 1.077 adultos saudáveis, com idades entre 18 e 55 anos, no Reino Unido. Os participantes que receberam a vacina, chama de ChAdOx1 nCoV-19, desenvolveram células T dentro de 14 dias após a vacinação e uma resposta de anticorpos em 28 dias. Os pesquisadores sugerem que haverá uma resposta ainda mais efetiva com uma segunda dose do fármaco, de acordo com um sub-grupo de estudo com dez participantes.

    Continua após a publicidade

    ASSINE VEJA

    Crise da desigualdade social: a busca pelo equilíbrio
    Crise da desigualdade social: a busca pelo equilíbrio Leia nesta edição: Como a pandemia ampliou o abismo entre ricos e pobres no Brasil. E mais: entrevista exclusiva com Pazuello, ministro interino da Saúde ()
    Clique e Assine

    A presença de célula T indica uma resposta imune celular, que tem a função de encontrar e atacar células infectadas pelo vírus. Já os anticorpos são uma resposta imune humoral, que encontram e ataca o vírus que está em circulação no sangue ou no sistema linfático. 

    Os efeitos adversos apresentados foram brandos, em sua maior parte fadiga e dor de cabeça. A análise, no entanto, informa que os sintomas foram, em grande parte, controlados com o uso de paracetamol.

    Continua após a publicidade

    Os pesquisadores ressaltam que o estudo atual é preliminar demais para confirmar se a nova vacina é eficaz contra o coronavírus. Essa questão será respondida por ensaios de fase 2, realizados somente no Reino Unido, e de fase 3, em andamento no Reino Unido, Brasil e África do Sul.

    Para ser considerada eficaz, uma vacina contra o SARS-CoV-2, nome oficial do novo coronavírus, deve ser capaz de oferecer proteção por um período mínimo de seis meses após a aplicação de uma ou duas doses. Além disso, é fundamental que ela seja capaz de reduzir a transmissão do vírus e funcione em populações-alvo, incluindo idosos e pessoas com outras condições de saúde.

    Como foi conduzido o estudo

    O estudo recém publicado foi realizado em cinco hospitais do Reino Unido entre 23 de abril e 21 de maio deste ano. Os dados incluídos no artigo cobriram os primeiros 56 dias após a aplicação da vacina, mas os participantes continuarão em acompanhamento.

    Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: 543 pessoas receberam a nova vacina e outras 543 receberam a vacina conjugada meningocócica, usada como controle neste estudo. Destes, 113 pessoas (56 do grupo da vacina e 57 no grupo controle) também foram orientados a tomar paracetamol antes e 24 horas após a vacinação para ajudar a reduzir possíveis reações.

    Todos foram submetido a exames de sangue e avaliações clínicas para determinar se a vacina era segura e se provocou uma resposta imune. Os participantes também foram convidados a registrar quaisquer eventos adversos nesse período. Para fins de estudo, eles foram divididos em quatro subgrupos.

    Continua após a publicidade

    O grupo 1 , composto por 88 pessoas, formou a fase 1 do estudo. Para isso, esses participantes tiveram monitoramento de segurança adicional e avaliação de respostas de anticorpos e células T. O grupo 2, com 412 pessoas, precisou realizar exames de sangue extra para avaliar as respostas de anticorpos e células T, e o grupo 4, com 567 pessoas, precisou fornecer plasma para os pesquisadores avaliarem apenas a resposta de anticorpos.

    Já o grupo 3, composto por apenas 10 pessoas, não houve controle. Todos os participantes receberam a vacina contra Covid-19. A diferença é que em vez de apenas uma dose, eles receberam duas, que foi administrada 28 dias após a primeira vacina. O objetivo era determinar a segurança da aplicação de mais de uma dose e verificar se essa estratégia aumenta as respostas de anticorpos e células T.

    Como relatado anteriormente, a vacina foi considerada segura. Os efeitos adversos incluíram fadiga, dor de cabeça, dor no local da injeção, dor muscular, mal-estar, calafrio, sensação de febre e febre de fato. No entanto, os participantes do grupo que foi orientado a tomar paracetamol durante a vacinação apresentaram menos dor, calafrios, sensação de febre, dor muscular, dor de cabeça e mal-estar nos dois dias após a vacinação. Além disso, nas 10 pessoas que receberam a dose extra da vacina contra Covid-19, os efeitos colaterais foram menos comuns após a segunda dose.

    Continua após a publicidade

     

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 9,98 por revista)

    a partir de 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.