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Os mitos e as verdades: tudo o que a ciência já sabe sobre a Covid-19

A experiência na luta contra o vírus ajuda a, depois de um ano da eclosão do primeiro caso, a isolar os achismos e ter certezas. A principal: venceremos

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Mariana Rosário Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 14h23 - Publicado em 20 nov 2020, 06h00
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  • Numa era de tantos questionamentos de fatos inequívocos, como o formato da Terra ou resultados de eleições, o surgimento de uma pandemia de proporções históricas se transformou em terreno fértil para a disseminação de informações falsas e mitos. Impulsionado pela falta de filtros das redes sociais e pela ignorância de quem prefere espalhar tolices sem leitura e conhecimento, todo tipo de preconceito prospera. Contribui — e muito — para esse constrangedor comportamento a postura negacionista de algumas autoridades que, com objetivos egoístas e eleitoreiros, manipulam os cidadãos pendurados na internet, provocando ora o desleixo, ora pânico desnecessário.

    Felizmente, a ciência vem fazendo de forma brilhante a sua parte neste combate. Oito meses depois da primeira morte em decorrência do novo coronavírus no Brasil, e quase um ano após o caso inaugural em Wuhan, na China, já é possível determinar, com alguma clareza, o que realmente funciona do ponto de vista da prevenção, dos cuidados iniciais e dos tratamentos — e, agora mais do que nunca, em relação à luta pelo desenvolvimento de uma vacina em tempo recorde. Há boas notícias, aliás, nessa batalha. Na quarta-feira 18, a farmacêutica americana Pfizer divulgou resultados de eficácia acima de 95% em um imunizante produzido em parceria com a empresa de biotecnologia BioNTech. Uma outra companhia dos Estados Unidos, a Moderna, também anunciou sucesso com taxa de 94,5%. A Sinovac, fabricante da chinesa CoronaVac, que trabalha de mãos dadas com o Instituto Butantan, de São Paulo, celebrou uma excepcional conquista: a produção de anticorpos em 97% dos voluntários testados nas fases 1 e 2.

    Os excelentes resultados dos laboratórios, por sinal, vieram em boa hora. Nas últimas semanas, houve uma acelerada leva de casos na Europa, nos Estados Unidos e inclusive no Brasil (embora em ritmo menos agressivo por aqui). É um momento preocupante, sem dúvida. Pede atenção, exige informação de qualidade, mas não medo. Por essa razão, a partir da vasta experiência recente acumulada por cientistas e profissionais de saúde, VEJA elaborou uma lista de respostas às perguntas que andam nas cabeças em momento tão difícil da humanidade. O critério foi simples: separar falsidades de verdades, isolar os achismos e mostrar em que ponto estamos desta longa jornada. Com 1,4 milhão de mortes em todo o mundo, mais de 167 000 no Brasil, a Covid-19 demanda uma nítida compreensão do que ainda teremos pela frente. E a conclusão, como mostram as páginas a seguir, é uma só: graças à ciência, venceremos.

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    O que significa, na prática, o anúncio de eficácia de 95% da vacina produzida pela farmacêutica americana Pfizer e de 94,5% do imunizante do laboratório Moderna, também dos Estados Unidos? São as primeiras evidências convincentes de que uma vacina pode ser realmente capaz de prevenir a Covid-19. Ambas as taxas são bem superiores aos 50% de sucesso exigidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os índices de eficácia da vacina da gripe, por exemplo, ficam em torno de 60% — menores, portanto.

    Por que o anúncio da Pfizer, especialmente, foi tão celebrado? Em virtude da riqueza de detalhes e de ter sido divulgado depois da fase 3 (e derradeira) de estudos clínicos. Houve registro de eficácia de 95% a partir do 28º dia de aplicação. Os resultados foram obtidos após a análise inicial de 170 casos confirmados, 162 deles no grupo que recebeu medicamento placebo e os outros oito que receberam a vacina. Foram detectados dez casos severos de Covid-19 no estudo, nove deles no grupo de placebo e apenas um no que efetivamente recebeu o imunizante.

    Além de eficaz, a vacina da Pfizer é segura ? Sim. Ela foi bem tolerada, sem efeitos adversos graves entre os 43 000 voluntários que receberam as doses. O maior efeito colateral aferido foi fadiga, com 3,8% de ocorrência, e dor de cabeça, com 2% de ocorrência.

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    Uma vacina pode ser aprovada, distribuída e aplicada antes mesmo de ser totalmente testada? Não. Para aprovar o registro de uma vacina e liberá-la para uso, agências renomadas de controle, inclusive a brasileira Anvisa, exigem resultados robustos da fase 3 de estudos clínicos.

    Será possível saber o período de validade de imunização de uma vacina — ou seja, estabelecer quando seria preciso renová-la? Ainda não. Esse tipo de conclusão só poderá ser anunciada depois de alguns meses da aprovação, porque exige mais tempo de acompanhamento dos voluntários. Diante de uma pandemia, porém, a celeridade se impôs — mas, insista-se, a velocidade dos laboratórios não é sinônimo de risco.

    A CoronaVac, desenvolvida na China, se aprovada, terá benefícios semelhantes aos de vacinas desenvolvidas nos EUA e Europa? Sim. Os chineses seguem os padrões internacionais. Resultados divulgados na terça-feira 17, demonstraram produção de anticorpos em 97% dos voluntários examinados nas fases 1 e 2. Há certeza de controle de qualidade no Brasil, porque a CoronaVac será produzida pelo Instituto Butantan, de vitoriosa história na preparação de vacinas. O Butantan já oferece seis substâncias para o Programa Nacional de Imunização: contra gripe, HPV, hepatite B, hepatite A, DTPa (contra difteria, tétano e coqueluche) e raiva. Condená-la, portanto, é tolice.

    Pelo menos quatro vacinas estão em fase final de desenvolvimento. Bastará uma delas para imunizar contra a doença? Em termos. Uma vacina é suficiente para conferir proteção individual. Entretanto, dada a demanda global, imensa, será preciso mais de uma opção de modo a atender a procura.

    A vacina será dada primeiro a grupos de risco, como o de idosos. A partir das primeiras doses administradas já será mais seguro sair à rua para toda a população, indiscriminadamente? Há uma regra: quanto mais pessoas forem vacinadas, maior será a proteção coletiva, a chamada imunidade de rebanho — com 70% da população vacinada, chega-se a esse ponto. Contudo, uma única dose não basta — a maioria dos fabricantes desenvolve imunizantes em duas doses, com pelo menos um mês de intervalo de aplicação. Há que levar em consideração, também, as vacinas que serão oferecidas — as que apresentarem eficácia de apenas 50% poderão prevenir somen­te casos graves de Covid-19. As eficazes em 70% autorizarão mais segurança de movimentação.

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    Em quanto tempo a vacina deverá estar disponível no Brasil? A estimativa do Ministério da Saúde é que a vacinação de grupos prioritários tenha início no primeiro ou segundo trimestre de 2021. Antes, porém, briga-se para pôr em pé o esquema de armazenamento e distribuição. O Ministério da Saúde já começou a conversar com representantes da Pfizer para a distribuição em território brasileiro. Já foram fechados contratos com a CoronaVac e a vacina de Oxford em parceria com a AstraZeneca.

    As vacinas custarão caro? No Brasil, elas serão oferecidas gratuitamente, dentro do Plano Nacional de Vacinação. Haverá, contudo e evidentemente, custos para as instituições públicas. A da Pfizer é cara — 39 dólares por duas doses, preço baseado na compra antecipada feita pelo governo americano. Ela usa uma tecnologia nova, afeita a estimular o corpo a produzir a proteína do vírus, e precisa ser mantida a 70 graus abaixo de zero, complicador para a imunização em massa exigida contra a Covid-19. Ela também não pode ser tirada várias vezes da temperatura baixíssima, na viagem desde a linha de produção até o braço dos pacientes. A CoronaVac é mais barata. Em ofício assinado (e depois suspenso) pelo Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o preço previsto para cada uma das 46 milhões de doses orçadas era de 10,30 dólares.

    vinhetas-Covid-contaminacaoUma pessoa que já foi infectada pode se reinfectar novamente? Casos de reinfecção foram documentados em alguns estudos, mas são muito raros. São 25 reinfecções em 56 milhões de casos em todo o mundo.

    Quais são os efeitos de longo prazo do coronavírus? A lista de sintomas persistentes da Covid-19 é mais variada do que a maioria dos especialistas poderia prever. Os danos incluem fadiga, batimento cardíaco acelerado, falta de ar, dores nas articulações e músculos, confusão mental, perda persistente do olfato e paladar e problemas de coagulação sanguínea.

    Os grupos de risco mudaram ao longo da pandemia? Não. Idosos e pessoas com condições médicas preexistentes, incluindo hipertensão, doenças cardíacas, doenças pulmonares, câncer ou diabetes, estão mais suscetíveis a desenvolver casos mais severos de Covid-19. A obesidade também aumenta consideravelmente a probabilidade de complicações da doença.

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    É possível se contaminar pelo ar, mesmo distante de pessoa supostamente contaminada? Sim. A contaminação pelo ar é possível quando uma pessoa infectada tosse, espirra, canta, fala ou respira, deixando partículas minúsculas e leves suspensas no ar. O risco dessa forma de contágio é maior em ambientes internos, com pouca ventilação.

    VOLTA ÀS AULAS - Protocolos escolares: segurança para a retomada
    VOLTA ÀS AULAS - Protocolos escolares: segurança para a retomada parcial – (Márcia Foletto/.)

    Se uma mulher grávida pegar Covid-19, seu bebê será infectado? Existem relatos de transmissão da Covid-19 da mãe para o bebê durante a gravidez. Até o momento, todos os bebês se recuperaram bem e ainda não há consenso sobre o risco e a frequência desse tipo de transmissão. Já a transmissão do coronavírus durante a amamentação é considerada pouco provável. Os benefícios da amamentação superariam quaisquer riscos potenciais de transmissão do vírus.

    É seguro voltar para a academia de ginástica? O vírus se espalha mais facilmente em ambientes fechados. Há riscos, mas eles podem ser minimizados com a adoção de medidas de prevenção como uso de máscara, o distanciamento e a higienização das mãos. É recomendado limpar os equipamentos antes e depois do uso.

    Crianças transmitem a doença? Sabe-se que as crianças de até 12 anos têm maior probabilidade de ser assintomáticas, risco baixo de ficar gravemente doentes e provavelmente são menos propensas a se contaminar. Elas podem transmitir a doença, mas ainda não há informações sobre o seu nível de contagiosidade. Ou seja, se elas têm alta ou baixa capacidade de transmissão. Já as crianças mais velhas, a partir de 12 anos, têm maiores chances de apresentar sintomas e de transmitir a doença. Tudo somado, o retorno às escolas, respeitado o leque de protocolos, é administrável. Não houve aumento de casos desde o retorno parcial no Brasil.

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    É seguro andar de elevador com outras pessoas? Sim, desde que seja mantido o distanciamento e o uso de máscara. Recomenda-se higienizar as mãos depois de apertar os botões.

    É possível pegar o novo coronavírus em relações sexuais? Não há relatos de que o vírus seja transmitido pelo sêmen ou por fluidos vaginais. Entretanto, o contato próximo e o beijo, por exemplo, aumentam o risco de transmissão. Para reduzir o risco de contaminação entre parceiros que não vivem juntos, a recomendação de médicos de Harvard que analisaram o assunto são: usar máscara, evitar beijos, tomar banho antes e depois das relações e evitar atos sexuais que envolvam a transmissão oral de fluidos corporais.

    O novo coronavírus pode grudar nas roupas? Já se sabe que a transmissão pelo contato com superfícies contaminadas desempenha papel baixo na transmissão. Ressalve-se, porém, que as roupas são como qualquer outra superfície — podem estar contaminadas. Para reduzir totalmente o risco, a recomendação é trocar de roupa ao chegar em casa e pôr para lavar as roupas usadas na rua. Se achar exagero, uma opção é trocá-las ao chegar em casa e deixá-las ao ar livre por pelo menos um dia antes de usá-las novamente.

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    Qual é o melhor momento para procurar o médico caso exista a suspeita de Covid-19? O ideal é procurar um médico assim que surgir a suspeita da doença. O profissional solicitará o exame para diagnóstico e, em caso positivo, fará o acompanhamento. A Covid-19 é uma doença nova, com evolução imprevisível e sem tratamento específico. O ideal é que todos, mesmo pessoas com sintomas leves, tenham orientação médica continuada. Pessoas contaminadas devem permanecer isoladas durante dez dias após o início dos sintomas. No caso das assintomáticas, a contagem começa a valer a partir da realização do teste de diagnóstico. Após esse período, não há necessidade de realizar um novo exame antes de voltar às atividades normais.

    ZELO - Testes: o ideal é fazê-los entre o segundo e o sexto dia de sintomas
    ZELO - Testes: o ideal é fazê-los entre o segundo e o sexto dia de sintomas – (Alex Régis/.)

    Qual é o teste de diagnóstico do coronavírus mais adequado? O RT-PCR é o teste indicado para diagnosticar a Covid-19. O exame, feito a partir da coleta de material dentro das vias respiratórias e saliva, identifica partículas do vírus no organismo e detecta uma infecção aguda. Já os testes de sorologia, oferecidos em farmácias, com pequenas picadas para coleta de sangue, identificam anticorpos e apontam para infecção passada. São menos precisos.

    Em que momento se deve fazer o teste? A recomendação é que o teste seja realizado entre o segundo e o sexto dia de sintomas. Pessoas assintomáticas só devem realizar o RT-PCR em caso de contato evidente com alguém que foi diagnosticado com a doença. Nesse caso, o teste deve ser feito de quatro a cinco dias após o contato.

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    Qual é a indicação terapêutica ao início dos sintomas da doença? O correto é recorrer a um médico ou a um hospital tão logo surjam os primeiros sintomas. Confirmada a doença, o tratamento é feito com analgésicos e antitérmicos, como dipirona e paracetamol. Nos primeiros meses da pandemia, a indicação oficial era que somente pessoas com sintomas mais graves, como falta de ar, procurassem o atendimento especializado. Desse modo, seria evitada a lotação das unidades de saúde. A mudança de conduta ocorreu quando se verificou que a infecção evolui muito rapidamente. A demora a procurar ajuda pode comprometer o quadro clínico.

    Qual é o momento correto para intubar um paciente? No início da pandemia, acreditava-se que o melhor procedimento para o prognóstico do paciente era a intubação precoce, assim que fosse detectada uma baixa oxigenação no sangue, independentemente do quadro clínico. Agora, em muitos casos, a intubação precoce pode até mesmo piorar o caso. Por isso medidas não invasivas, como o uso de cateter nasal de alto fluxo, ventilação não invasiva, fisioterapia, prona (virar o paciente de bruços) e a administração de medicamentos, como corticoides, são prioridade. Caso o paciente não responda a essas medidas e tenha outros pontos comprometidos, como alteração no padrão respiratório, no nível de consciência e na oxigenação do sangue, a intubação pode ser indicada. Mas não há uma indicação ou métrica específica. Cada paciente deve ser analisado individualmente.

    Quais são os remédios mais eficazes para a infecção na fase leve e moderada da doença e quando eles devem ser tomados? Ainda não há tratamento específico para a Covid-19. Para pacientes leves, que estão em casa, o tratamento inicial é apenas sintomático, com o uso de antitérmicos, analgésicos e descongestionantes, quando necessário. Hidratação, boa alimentação e repouso são fundamentais. Se o paciente realizar tomografia e exame de sangue, dependendo do resultado, alguns medicamentos podem ser recomendados. Mas não se deve, em hipótese alguma, tomar medicamento sem indicação médica. Em pacientes hospitalizados, que precisam de oxigênio, a droga que mais modifica a história natural da doença é o corticoide.

    A cloroquina, a droga da ideologia, funciona? Não. Mais de uma dezena de estudos, incluindo alguns feitos no Brasil, já mostraram que a cloroquina e a hidroxicloroquina não modificam em nada a evolução da doença em casos leves, moderados e muito menos graves. Ela também não é eficaz para prevenir a infecção.

    O antiviral Remdesivir, aprovado pela FDA, é útil? Um antiviral de relevância seria capaz de conter a doença antes de uma resposta imunológica exagerada do corpo, como acontece em relação à aids. O Remdesivir traz uma resposta positiva, embora fraca. O melhor estudo sobre o assunto provou que o medicamento chega a reduzir em cerca de cinco dias o tempo de internação hospitalar, mas não tem efeito na redução da mortalidade, por exemplo. O remédio ainda não está disponível no Brasil.

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    A redução proporcional do número de mortes em decorrência da Covid-19 é resultado do enfraquecimento do vírus? Não há evidências de que o Sars-CoV-2 tenha se enfraquecido desde que foi identificado, em dezembro do ano passado, em Wuhan, na China. No entanto, em nenhuma das novas cepas registradas na Europa houve indício de mais agressividade do vírus. É boa notícia.

    Há uma segunda onda na Europa e nos Estados Unidos? Em termos. A redução do número de casos e de óbitos no fim do primeiro semestre não significou a eliminação do vírus. Mesmo em menor prevalência, ele se manteve presente. Quando as medidas de distanciamento social foram relaxadas, houve uma nova oportunidade de infecção. A atual alta de registros provoca número menor de mortes — na Itália, por exemplo, a taxa de letalidade está 75% menor em relação ao pico anterior da epidemia. A redução das mortes pode estar associada à melhora no tratamento (leia ao lado) ou a uma queda na carga viral dos infectados, o que contribui para a evolução da doença com menos gravidade.

    O coronavírus sofre mutações? Sim, mas de modo pouco relevante. Embora a mutação a 20A.EU1, identificada na Espanha, esteja presente em catorze países e seja responsável por uma grande porcentagem dos casos registrados recentemente na Europa, ela apenas pegou carona no relaxamento das medidas de prevenção.

    CUIDADOS - Novos casos na Europa: restrições para evitar a aceleração da doença -
    CUIDADOS - Novos casos na Europa: restrições para evitar a aceleração da doença – (Ludovic Marin/AFP)

    A mutação pode atrapalhar o desenvolvimento das vacinas? Provavelmente não. Dada a pequena taxa de mutações, é muito provável que uma vacina consiga garantir proteção a todas as cepas do Sarx-CoV-2.

    Que lições o Brasil pode tirar do atual momento da pandemia nos países europeus e nos EUA, supondo que eles estejam “na frente”? É fundamental que utilizemos essa vantagem, a de poder olhar para o histórico de outras partes do mundo, de modo a aprender com os erros e acertos. Na Europa e nos EUA, as regiões mais afetadas hoje são as que foram poupadas no início do ano. É provável que o Brasil siga o mesmo padrão. A recomendação é que os locais que tiveram poucos casos de coronavírus redobrem a atenção, com testagem em massa e rastreamento de contatos.

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    O distanciamento entre duas pessoas tem de ser de quantos metros? O distanciamento mínimo recomendado é 1,5 a 2 metros de distância. A adoção dessa medida é capaz de reduzir o risco de transmissão de 18% para 2%.

    Qual máscara é a mais segura? A N95 é a máscara mais eficaz para filtrar gotículas e aerossol, a suspensão de partículas no ar. Em seguida, está a máscara cirúrgica descartável de três camadas. Mas a recomendação é que o uso desses produtos seja exclusivo para profissionais de saúde. No dia a dia, a máscara híbrida, composta de duas camadas de tecido de algodão grosso e uma de um tecido sintético, ou a máscara feita com no mínimo duas camadas de algodão são as mais eficazes. É fundamental trocar a máscara periodicamente. Quando ela fica úmida, a proteção é reduzida.

    COMPULSÓRIO - Máscara e distanciamento: armas de cuidado permanentes -
    COMPULSÓRIO - Máscara e distanciamento: armas de cuidado permanentes – (Fabio Teixeira/Getty Images)

    A vitamina D protege contra a infecção? Diversos estudos apontaram uma associação entre a deficiência de vitamina D e quadros mais graves de Covid-19.

    Zinco e vermífugos previnem a doença? Não há trabalhos científicos que indiquem o sucesso desses medicamentos. Direto ao ponto: a única forma de se proteger contra a infecção é manter a higiene constante das mãos, usar máscara e manter distância de outras pessoas. Já soa um tanto óbvio, mas a insistência é necessária.

    Colaborou Alexandre Senechal

    Especialistas ouvidos: Ludhmila Hajjar, professora de cardiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e intensivista da Rede D’Or; Salmo Raskin, diretor do laboratório Genetika, em Curitiba; o infectologista e epidemiologista Bruno Scarpellini, da PUC-RJ; Leonardo Weissmann, infectologista do Instituto Emílio Ribas e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia; Pércio de Souza, presidente do Instituto Estáter

    Publicado em VEJA de 25 de novembro de 2020, edição nº 2714

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