O governo do Estado de São Paulo anunciou nesta segunda-feira, 23, que atingiu o número mínimo de infectados para aferir a eficácia da CoronaVac, imunizante contra a Covid-19 desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac Life Science em parceria com o Instituto Butantan.
Diante dese marco é esperado que o comitê independente que avalie o estudo divulgue o resultado da eficácia do imunizante ainda na primeira semana de dezembro. O dado é fundamental para a submissão dos estudos do fármaco à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que liberará seu uso — ou não — em todo o território nacional. Esse registro é aguardado para o próximo mês de janeiro, diz o secretário estadual de Saúde Jean Gorinchyen. A agência, no entanto, tem oficialmente até 60 dias para dar seu parecer.
Até agora 74 do total de voluntários que já receberam as doses (de imunizante ou placebo) testaram positivo para Covid-19, disse o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas. Segundo ele, o mínimo necessário para “abrir o estudo” clínico é de 61 doentes, patamar atingido na semana passada. Com o número mínimo, as áreas competentes aferem quantas pessoas infectadas tomaram a vacina ou o medicamento placebo, o que possibilitaria a avaliação da eficácia por meio de comparação.
O Butantan afirma que “deterá” 46 milhões de doses do imunizante até janeiro de 2021.
Com a divulgação dos dados esperados para dezembro, a CoronaVac aproxima-se de outros imunizantes para Covid-19 que já revelaram dados acerca de sua efetividade na imunização contra o coronavírus. Elas estão sob os seguintes laboratórios: Pfizer (com 95% de eficácia), Moderna (com 94,5% de eficácia) e Astrazeneca (com até 90% de eficácia). Todos esses imunizantes também passaram nos testes de segurança, levando apenas a efeitos adversos sem gravidade. A Pfizer já iniciou o pedido de autorização emergencial do medicamento na agência reguladora dos Estados Unidos e outros países.
Ainda há, no entanto, dúvidas acerca de como se dará a distribuição da CoronaVac no Brasil. A vacina chegou a ser considerada pelo Ministério da Saúde como uma possível candidata ao Programa Nacional de Imunizações, mas o ofício que confirmaria o processo, assinado pelo Ministro da Saúde Eduardo Pazuello, foi desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro um dia depois das negociações entre o governo federal e o governo de João Doria. Na época, o preço do imunizante foi cotado a 10,30 dólares por dose.
Nesta segunda-feira, 23, o Brasil teve médias móveis atualizadas em 30.163,4 diagnósticos e 495,9 mortes por conta do novo coronavírus.