Oferta Relâmpago: 4 revistas pelo preço de uma!

Covid-19: Mais de 18% dos infectados no Brasil tiveram sintomas persistentes

Ansiedade, cansaço, problemas para manter a concentração e perda de memória são as principais queixas de brasileiros afetados pelo vírus

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 dez 2024, 19h11 - Publicado em 18 dez 2024, 19h11

Ansiedade, cansaço e perda de memória são as principais queixas de brasileiros que ainda convivem com sintomas da covid-19, segundo o maior estudo de base populacional sobre a doença apresentado nesta quarta-feira, 18, pelo Ministério da Saúde. O índice de impactados pelos quadros persistentes é de 18,9%, dos quais 28,8% os enfrentam atualmente. O levantamento, realizado a partir de 33.250 entrevistas em 133 cidades, avaliou os impactos da pandemia para a população, assim como a adesão às campanhas de vacinação, que atingiu 84,6% no esquema completo com duas doses.

A pesquisa “Epicovid 2.0: Inquérito nacional para avaliação da real dimensão da pandemia de Covid-19 no Brasil” é um desdobramento de um estudo iniciado em 2020, quando o vírus causador da doença, o SARS-CoV-2, começava o seu rastro de destruição ao redor do mundo. Na análise, ficou comprovado que a doença foi mais deletéria, inclusive nas condições pós-infecção, entre as populações mais vulneráveis, a exemplo de indígenas e mulheres. Também aumentou desigualdades e agravou dificuldades financeiras e sociais em grupos que historicamente sofrem com os efeitos dessas disparidades.

A principal situação pós-covid citada pelos entrevistados é a ansiedade, totalizando 33,1%, seguida por cansaço (25,9%), dificuldade de concentração (16,9%) e perda de memória (12,7%).

“Quatro anos depois, em um novo momento da saúde pública no Brasil, apresentamos um estudo que não é um monitoramento, mas sim uma avaliação dos impactos que a pandemia teve sobre a vida das pessoas e de famílias brasileiras”, explicou um dos responsáveis pelo estudo, o epidemiologista Pedro Hallal, que é professor da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos.

Segundo a ministra da Saúde Nísia Trindade, o estudo foi iniciado e interrompido durante um período crítico não só pela emergência em saúde pública, mas porque o Brasil vivia uma onda de negacionismo e de indisponibilidade de dados que deveriam ser públicos — houve um “apagão” na saúde e números não foram mais divulgados pelo governo de Jair Bolsonaro –.

Continua após a publicidade

“O Ministério da Saúde reconhece a importância da pesquisa e mantém a linha de apoio. Para isso, foram investidos mais de R$ 8 milhões no Epicovid”, afirmou, em coletiva.

Com base nos dados da pesquisa, o ministério informou que mais de 28% da população foi infectada pelo vírus, o que corresponde a 60 milhões de pessoas.

O estudo foi realizado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e contou com a participação da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Fundação Getúlio Vargas (FGV). 

Continua após a publicidade

Vacinação contra a covid

Apesar das fake news e de movimentos de oposição às vacinas, a imunização contra a doença com ao menos uma dose foi realizada por 90,2% das pessoas ouvidas. O esquema vacinal completo, com duas doses, teve adesão de 84,6% dos entrevistados.

A região Sudeste alcançou os maiores índices de vacinação e as populações que mais seguiram a recomendação de se proteger contra o vírus tomando a vacina foram idosos, mulheres e pessoas com maior escolaridade e renda.

Em relação à confiança nos imunizantes, 57,6% afirmaram que confiam na vacina. Outros 27,3% relataram desconfiança e 15,1% se declararam indiferentes.

Continua após a publicidade

Entre os que não se vacinaram, 32,4% disseram que não acreditam na vacina e uma parcela de 0,5% afirmou que não acredita que o vírus da covid existe. Para 31%, a vacina pode fazer mal a saúde. Esses achados mostram como a corrente de desinformação teve êxito em alguns grupos.

Os impactos econômicos e sociais

Além das graves consequências para a saúde, cerca de 15% dos ouvidos perderam um ente querido para o vírus, a covid desestruturou famílias financeiramente e gerou impactos sociais. Quase metade dos brasileiros (48,6%) relatou que sofreu redução na renda, o que resultou em insegurança alimentar para 47,4%. Isso significa que as famílias não tinham garantia alguma se teriam alimentos diariamente. Na pandemia, o Brasil acompanhou as cenas de desespero de pessoas na fila por doações de ossos.

O estudo indicou que 34,9% das pessoas entrevistados perderam o emprego e 21,5% tiveram de interromper os estudos. São dados que mostram quão devastadora foi a pandemia e que esforços devem ser realizados para evitar novas emergências em saúde pública, bem como as consequências destrutivas do negacionismo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
a partir de 9,90/mês*
ECONOMIZE ATÉ 47% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nas bancas, 1 revista custa R$ 29,90.
Aqui, você leva 4 revistas pelo preço de uma!
a partir de R$ 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a R$ 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.