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Covid: pais que não vacinarem filhos podem ser multados, decide STJ

Terceira Turma considerou sanção por estar prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que prevê o direito à saúde

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 mar 2025, 19h47 - Publicado em 21 mar 2025, 16h51

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) definiu que pais que se recusarem a vacinar os filhos contra a covid-19 estão sujeitos ao pagamento da multa prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O entendimento da Terceira Turma considerou a recomendação de aplicação do imunizante em todo território nacional em 2022 e o fato de que o Supremo Tribunal Federal (STF) avaliou como constitucional a obrigatoriedade de imunizar as crianças com vacinas incluídas no Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Ministra e relatora do caso, Nancy Andrighi lembrou na decisão que o direito à saúde é protegido pelo ECA que, em seu artigo 14, determina a obrigatoriedade da vacinação quando há recomendação das autoridades sanitárias.

“Salvo eventual risco concreto à integridade psicofísica da criança ou do adolescente, não lhe sendo recomendável o uso de determinada vacina, a escusa dos pais será considerada negligência parental, passível de sanção estatal, ante a preponderância do melhor interesse sobre sua autonomia.”

Segundo a ministra, pais que descumprirem não só a imunização das crianças e adolescentes, mas demais deveres decorrentes do poder familiar, vão receber autuação por infração administrativa e pagar a multa prevista no artigo 249 do ECA, que pode variar entre três e 20 salários mínimos.

Criança não vacinada no Paraná

O colegiado manteve a multa de três salários mínimos (4 554 reais nos valores atuais) para um casal que não vacinou a filha de 11 anos em 2022 mesmo depois de notificação do Conselho Tutelar e do Ministério Público do Paraná, que determinou a punição. O valor será revertido ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

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Os pais da menina alegaram para o STJ que temem os efeitos adversos da vacina, “pois o imunizante ainda estaria em fase de desenvolvimento”, algo que não é verdade. As vacinas para covid-19 aplicadas no Brasil passaram por testes e receberam aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por terem comprovado segurança e eficácia.

Eles disseram ainda que “o STF não declarou a vacina contra a covid-19 obrigatória, mas apenas estabeleceu parâmetros para que a exigência do imunizante seja constitucional”.

Em relação a este caso, a ministra acrescentou que os pais desconsideram que, na cidade onde eles moram, há decreto municipal que determina a vacinação contra a doença para a população de 5 a 17 anos de idade e que o comprovante de imunização é exigido para matrícula escolares.

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Assim, Nancy considerou “verificada a negligência dos pais diante da recursa em vacinar a filha criança” e “caracterizado o abuso da autoridade parental, tendo em vista a quebra da paternidade responsável e a violação do melhor interesse da criança”.

Direito à saúde

Presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, o pediatra e infectologista Renato de Ávila Kfouri explica que o direito à saúde é previsto pela Constituição e os pais não podem privar as crianças disso, assim como não podem impedir que elas tenham acesso à educação, por exemplo.

“Não cabe aos pais escolher se vão dar vacina às crianças. Isso é um direito que salvaguarda a integridade física e emocional delas. A vacinação, corroborada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, é obrigatória, mas isso não quer dizer que vão tirar a criança dos seus pais e vacinar à força”, explica.

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Kfouri que o posicionamento do STJ não é uma novidade, considerando que os imunizantes do calendário nacional de vacinação, como as vacinas contra o sarampo, poliomielite, gripe, já são obrigatórios. “Vacinar é um dever dos pais e um direito das crianças para que elas estejam protegidas contra doenças que são ameaças à saúde individual e pública. É mais do que correto, porque as crianças não podem ser privada da saúde por questões filosóficas, ideológicas e religiosas.”

Ele destaca que o entendimento não vale apenas para a vacina da covid-19. “É importante deixar claro que não é uma prerrogativa da vacina da covid, é para qualquer outra vacina do calendário”, afirma o médico, que é vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

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