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Curativo de plasma poderá substituir antibióticos para tratar feridas

Material possui propriedades que matam bactérias e aceleram o processo de cicatrização de feridas graves e crônicas

Por Da Redação
Atualizado em 5 jun 2018, 21h12 - Publicado em 5 jun 2018, 19h19

Um curativo altamente tecnológico à base de plasma promete ser a solução para a cicatrização de feridas graves e persistentes, que afetam milhões de pessoas todos os anos. O produto, desenvolvido pela empresa alemã Coldplasmatech, usa as propriedades do plasma – não o sangue, mas o quarto estado da matéria, depois de sólidos, líquidos e gases – para matar bactérias resistentes a drogas e promover a melhora de feridas crônicas, geralmente causadas por doenças como o diabetes, que podem levar meses para cicatrizar.

Funcionamento do plasma

Conhecido na física e na química como o quarto estado da matéria, o plasma é semelhante a um gás ionizado, pois possui uma carga que lhe confere propriedades únicas como a habilidade de carregar correntes elétricas e gerar campos magnéticos. Do ponto de vista médico, essa propriedade é capaz de destruir bactéria.

“[O material] é chamado plasma frio, que é o mesmo plasma existente na superfície do sol ou no raio. Mas também é frio e tolerável pelos tecidos, por isso podemos usar sua bioatividade”, disse Carsten Mahrenholz, criador do curativo.

Segundo Mahrenholz, o funcionamento do curativo é baseado no gás bioativo presente no plasma, que afeta tanto patógenos – como bactérias e fungos – quanto as células do corpo. Desta forma, durante o processo de cura, as células bacterianas, incluindo as das super resistentes, são mortas em segundos após serem expostas ao plasma frio. O processo de cura é acelerado pois o plasma aumenta a divisão celular, ajudando na formação de vasos sanguíneos e estímulo do sistema imunológico. A partir daí, é iniciado o processo de recuperação.

Como funciona

De acordo com a empresa, o curativo transfere plasma frio para a ferida de forma segura, simples e rápida. Um curativo adesivo conectado a um dispositivo chamado Cubo de Plasma é colocado sobre a ferida. O “tratamento” funciona acionando o cubo, que transfere, durante  três a cinco minutos, o gás para a ferida, através do curativo. Após a aplicação, o curativo deve ser retirado e a ferida coberta. O procedimento deve ser repetido de duas a três vezes por semana, até o fechamento da ferida.

Teste em queimaduras

Uma das primeiras tentativas bem sucedidas do uso dos curativos de plasma ocorreu no tratamento de uma jovem com queimaduras graves. Assim que o curativo foi aplicado, as bactérias nas feridas foram mortas, o que salvou a vida da jovem. “Temos um curativo que é colocado na ferida e, em seguida, um botão é pressionado e é isso. Em dois minutos está pronto. Quando ele é retirado, todas as bactérias ou fungos da ferida foram mortos. Depois de alguns tratamentos repetidos, as feridas começam a cicatrizar”, explicou Mahrenholz ao site especializado Medical Xpress.

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Curativo de ovo

Se essa abordagem de cicatrização não te pareceu estranha ou futurista, talvez a próxima irá. Outra empresa europeia, de origem norueguesa, está usando as cascas de ovos para criar uma tecnologia de cicatrização de feridas. A BioVotec está coletando e processando as membranas descartadas juntos com as casas dos ovos para criar um curativo com propriedades curativas semelhantes à da placenta humana.

“Ela reduz a inflamação e induz a migração celular para reconstruir novos tecidos”, contou Henri-Pierre Suso, co-fundador da BioVotec.

A grande vantagem dessa abordagem é a fácil produção em larga escala, já que mais de 7 milhões de toneladas de ovos são produzidas anualmente na Europa, cujas cascas vão diretamente para o lixo.

De acordo com o Medical Express, as membranas dos ovos têm sido utilizadas há milhares de anos como fonte de cura, inclusive na medicina tradicional chinesa, famosa pelos tratamentos exóticos. A membrana era aplicada diretamente como curativo para queimaduras, uma vez que suas propriedades ajudam a acelerar o processo de cicatrização.

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Curativo magnético

Com o financiamento da União Europeia, a BioVotec vem desenvolvendo também um tipo de filme solúvel capaz de ‘atrair’ células saudáveis – de forma semelhante ao funcionamento de um ímã. De acordo com a empresa, uma vez aplicado, o filme se transforma em gel e entra na ferida, permitindo que a lesão cicatrize.

O objetivo do curativo magnético é funcionar para uma variedade de feridas, incluindo úlceras de leito (ou de pressão) e feridas relacionadas ao diabetes, como úlceras nos pés, problema que afeta cerca de 25% das pessoas com a doença. No entanto, o foco inicial são as feridas crônicas de úlceras venosas da perna, que é um ferimento nos membros inferiores e/ou nos tornozelos causado por veias anormais ou danificadas.

A BioCure acredita que o produto vai reduzir significativamente o tempo de tratamento para o fechamento total da ferida, além de fornecer aos hospitais tratamentos mais acessíveis e baratos do que as opções disponíveis atualmente no mercado. “Tivemos resultados muito positivos que nos têm nos motivado até agora. Parece ser um produto excepcionalmente econômico para feridas crônicas”, disse Suso.

O curativo magnético deve ser testado em humanos dentro das próximas semanas.

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Pele de tilápia

Lembrando que, no ano passado, pesquisadores brasileiros já haviam desenvolvido um curativo para queimaduras à base de pele de tilápia. Desenvolvida no Ceará, a alternativa promete ser melhor e mais barata em relação à terapia tradicional utilizada no Brasil.

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