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‘Decreto vai fazer com que população ouça falar em emergência por dengue’

Regiane de Paula, integrante da Coordenadoria de Controle de Doenças, fala a VEJA sobre epidemia da doença em São Paulo

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 Maio 2024, 12h39 - Publicado em 5 mar 2024, 13h05
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  • Na manhã desta terça-feira, 5, o estado de São Paulo decretou estado de emergência por epidemia de dengue após a taxa de infecções atingir 300 casos por 100 mil habitantes, índice que embasa a decisão com base em parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS).

    De acordo com o painel de monitoramento da gestão estadual para arboviroses, com dados até 4 de março, São Paulo soma 355.518 casos, entre confirmados e prováveis, e investiga 79.000 episódios. Foram registrados 31 óbitos e 122 mortes estão em investigação. A reportagem de VEJA conversou com Regiane de Paula, coordenadora em saúde da Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) do estado sobre o decreto, a situação da dengue em São Paulo e a vacinação em curso.  Leia os principais trechos.

    – São Paulo conta com o Centro de Operações de Emergências (COE) para dengue desde o mês passado e paira uma avaliação de que o estado poderia ter decretado o estado de emergência antes. Como a senhora avalia isso?
    A gente vem monitorando os episódios de dengue desde 2023. No ano passado, tivemos casos de chikungunya no estado e também o El Niño, que leva a temperaturas mais altas, o que impacta na proliferação dos mosquitos. Desde 6 de fevereiro, com a implementação do COE, estávamos vendo em tempo real a situação da doença e, com esse monitoramento, trabalhando junto a 645 municípios. Com base nesses dados, este era o momento para decretar.

    O decreto de emergência pode resultar em um aumento do repasse de vacinas contra a dengue para São Paulo?
    Hoje, a gente não vislumbra mais vacinas junto ao Ministério da Saúde até porque não tem mais vacinas por questões de produção da farmacêutica que já conhecemos. O estado de São Paulo recebeu 79 mil doses para a população de 10 a 11 anos e terá a imunização de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em 11 municípios da região do Alto Tietê.  O cenário que o ministério olhou para distribuição foi incidência em outros anos. O decreto é para todo o estado.

    Quais devem ser os impactos do decreto para a população?
    Já tivemos um repasse de R$ 205 milhões para os 645 municípios com a criação do COE e vamos continuar com essas ações. O decreto vai fazer com que as pessoas ouçam falar em uma emergência em saúde pública que leva a um movimento que a gente tem de fazer todos os dias, toda semana. Não só falar de dengue em momentos como esse. São 10 minutos por dia para evitar a proliferação do mosquito. Como diz a nossa campanha, a água mais mortal pode estar no seu quintal. O Aedes não tem fronteira e é importante sensibilizar a população.

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    O decreto prevê priorização de atendimento para pacientes com suspeita de dengue, inclusive para transferência. Por que o manejo dos pacientes tem sido tão citado ao longo dessa campanha?
    O manejo clínico é muito importante e não necessariamente está ligado à atenção especializada, ele está ligado à unidade primária, porque o paciente precisa de atendimento e hidratação. A nossa orientação é: se tiver sintomas, não se automedique. Procure uma unidade de saúde.

    O estado prevê a implantação de tendas para hidratação dos pacientes?
    Não, mas cada município, dentro do seu decreto de emergência, pode determinar a criação desses equipamentos.

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