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Dengue começa a desacelerar, mas surto ainda preocupa, diz secretária

Redução foi registrada em Minas Gerais, um dos sete estados em emergência por epidemia da doença; testes rápidos passam a ser recomendados

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 Maio 2024, 12h27 - Publicado em 12 mar 2024, 17h30
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  • Após a rápida elevação do número de casos de dengue no Brasil, atingindo 1 milhão de casos nos primeiros dois meses de 2024, os registros começam a entrar em declínio em alguns locais, mas o surto ainda inspira cuidados. Essa foi a avaliação do Ministério da Saúde apresentada em coletiva nesta terça-feira, 12, quando o país soma 1.585.385 casos e 450 mortes pela infecção transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Há outros 849 óbitos em investigação.

    “A curva subiu muito rápido e veio primeiro em alguns estados, como Minas Gerais. Agora, estamos vendo uma desaceleração nesses locais e não está ocorrendo uma subida na mesma proporção em localidades que decretaram a emergência depois, caso de São Paulo”, explicou Ethel Maciel, secretaria de vigilância em saúde e ambiente do ministério da Saúde.

    Apesar desse movimento, ela destaca que ainda é necessário observar como a transmissão do vírus vai ocorrer em outras partes do país os próximos meses. “Há municípios de Santa Catarina e do Paraná que estão decretando emergência agora. E sabemos que o sorotipo 3, não circulava havia 15 anos, está de volta e crescer, circular e levar a muitos casos. A situação ainda é preocupante.”

    Até o momento, Acre, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Minas Gerais e São Paulo declararam situação de emergência por epidemia da infecção. Segundo Ethel, 288 municípios também decretaram emergência.

    Testes rápidos

    De acordo com a secretária, o ministério elaborou uma nota técnica com a indicação de testes rápidos para o diagnóstico da doença. “Até a semana passada, o Ministério da Saúde não recomendava testes rápidos, mas a nota técnica orienta o uso deles e iniciamos a compra para distribuição.”

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    Embora o exame não mostre o sorotipo nem o isolamento do vírus para posterior sequenciamento, ele será importante para detecção do caso, medida que permite o manejo adequado dos pacientes e o início da hidratação, abordagem que evita o agravamento do quadro.

    Surto de dengue no Brasil

    No início de fevereiro, o ministério divulgou a estimativa de que o número de casos de dengue no país pode chegar a 4,2 milhões em 2024, índice que seria um recorde. Durante todo o ano passado, foram registrados 1.658.816 casos e 1.094 mortes por dengue.

    Desde 2022, a infecção voltou a crescer no país. A partir das primeiras semanas do ano, os números da doença causada pelo mosquito Aedes aegypti começaram a escalar de forma preocupante, fazendo com que estados e municípios brasileiros implementassem medidas como aumento de leitos e tendas para hidratação dos pacien

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    Vacina contra a dengue

    O Distrito Federal e o estado de Goiás foram os primeiros a receber doses da vacina contra a dengue, dando início à campanha de imunização. Além dessas localidades, Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins também receberão doses, que serão distribuídas para 521 municípios.

    Eles foram selecionados por serem locais com mais de 100 mil habitantes que estão com predominância do sorotipo 2 da doença e estão com números altos de notificações desde o ano passado. Também são pontos que registraram índices elevados de infecção nos últimos dez anos.

    O Ministério da Saúde informou que adquiriu todo estoque disponível da vacina contra a dengue, a Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda, para os anos de 2024 e 2025. “Neste ano, o Brasil receberá 5,2 milhões de doses, além de uma doação de 1,3 milhão de doses, que permitirão a vacinação de 3,2 milhões de pessoas com as duas doses que completam o esquema vacinal.”

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     Em outra frente, a pasta tem dialogado com o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para a expansão da produção de imunizantes contra a doença para distribuição no país.

    Em outubro do ano passado, a OMS recomendou a vacinação contra a doença com foco principalmente em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos em países endêmicos, caso do Brasil. Por aqui, o imunizante Qdenga foi liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) meses antes, em março.

    O Ministério da Saúde seguiu a recomendação da entidade e determinou a oferta do imunizante para essa faixa etária. Com a medida, o Brasil se tornou o primeiro país a incluir a vacina no sistema público de saúde.

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