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Diagnóstico de Alzheimer por exame de sangue pode ser realidade próxima

Ainda em fase de desenvolvimento e avaliação, cientistas desenvolvem teste que identifica a demência neurodegenerativa com 90% de acurácia

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 29 jul 2024, 16h48

Cientistas fizeram um grande avanço rumo ao objetivo de diagnosticar a doença de Alzheimer com um simples teste de sangue. Em um estudo recente, publicado no periódico científico Jama Network Open, um grupo de pesquisadores relatou que um exame foi significativamente mais preciso do que a interpretação dos médicos de testes cognitivos e tomografias computadorizadas para sinalizar a condição.

A pesquisa envolveu cerca de 1.200 pacientes com problemas de memória. Desses, cerca de 500 foram atendidos por médicos de cuidados primários e aproximadamente 700 por especialistas em clínicas de memória. Os resultados mostraram que, em cerca de 90% das vezes, o teste de sangue identificou corretamente se os pacientes com problemas de memória tinham Alzheimer.

O teste e comparação com avaliações clínicas

De maneira simples, o exame de sangue para Alzheimer analisa níveis de determinadas proteínas associadas à doença, como p-tau217 e Aβ42 . Essas proteínas podem indicar a presença de Alzheimer antes que os sintomas apareçam, ajudando no diagnóstico precoce.

O desempenho teste de sangue foi ainda comparado com o diagnóstico feito tradicionalmente por especialistas. Em hospitais especializados, onde os pacientes recebem uma avaliação mais detalhada, os especialistas conseguiram identificar a doença de Alzheimer com uma precisão de 71% usando métodos tradicionais. Nos cuidados primários, onde os médicos têm menos acesso a tecnologias avançadas, a precisão foi menor, de 58%.

Implicações e futuro dos testes

Esses resultados destacam a eficácia dos novos testes de sangue em identificar a doença de Alzheimer com alta precisão, superando as avaliações clínicas padrão, especialmente em contextos de cuidados primários onde o acesso a testes mais avançados é limitado. A alta taxa de precisão dos biomarcadores pode não apenas melhorar a detecção precoce da doença, mas também facilitar o início de tratamentos apropriados e encaminhamentos para cuidados especializados e personalizados, potencialmente melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

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Embora ainda não haja uma data específica para a disponibilidade desses testes no mercado, os pesquisadores esperam que eles estejam disponíveis para uso clínico em um futuro próximo. A acessibilidade a exames do tipo será crucial para sua adoção ampla e é esperado que eles se tornem uma ferramenta complementar valiosa na prática clínica.

Impacto potencial

Esses testes podem ser especialmente úteis para identificar pacientes elegíveis para novos medicamentos aprovados recentemente, como o Leqembi e o Kisunla, que atacam a proteína amiloide, acumulada de forma anormal no cérebro de pessoas com a doença de Alzheimer. 

No entanto, especialistas enfatizam que os testes de sangue devem ser apenas um passo no processo de triagem e usados apenas para pessoas com perda de memória e outros sintomas de declínio cognitivo. Não é recomendável seu uso em pessoas cognitivamente saudáveis para prever se desenvolverão Alzheimer, devido ao risco de ansiedade e outras reações psicológicas a um resultado positivo sem terapias preventivas disponíveis.

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Os próximos passos incluem integrar a análise dos testes de sangue aos sistemas de laboratório hospitalar e garantir que médicos de cuidados primários possam usar esses testes, aumentando o acesso à triagem, especialmente para minorias raciais, comunidades de baixa renda e áreas rurais.

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