Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Dieta cetogênica, com corte radical de carboidratos, volta a ganhar força

A keto diet atrai de famosos a anônimos que desejam perder peso - e a previsão de nutricionistras é de que reinará absoluta por muitos anos

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 12h57 - Publicado em 3 set 2021, 06h00
CARDÁPIO - Sugestão de almoço: muita proteína de carne bovina e vegetais -
CARDÁPIO - Sugestão de almoço: muita proteína de carne bovina e vegetais – (Claudia Totir/Getty Images)

Há dietas que não sobrevivem a uma temporada na moda. Foi assim com a da lua, cujo princípio era beber somente líquidos durante 24 horas quando o satélite natural da Terra muda de fase, e com várias outras que propunham semelhantes despautérios. Não é o que acontece com a dieta cetogênica, baseada na severa restrição de consumo de carboidratos e no aumento expressivo de ingestão de proteínas e gorduras. Há pelo menos cinco anos, o regime passa ao largo do sobe e desce entre as preferências e, desde o ano passado, permanece na primeira posição da lista das top diets, segundo levantamento da Pollock Communications, agência americana de relações públicas especializada no atendimento a empresas do setor de alimentos. E a previsão, de acordo com a pesquisa realizada com nutricionistas e nutrólogos dos Estados Unidos, é a de que a keto diet reinará absoluta por muitos anos.

O segredo de tamanho sucesso em um universo tão competitivo quanto o das dietas está na rápida perda de peso promovida pela cetogênica. Adele, a cantora inglesa, perdeu 45 quilos em seis meses. Kourtney Kardashian, uma das integrantes da família que hipnotiza seguidores nas redes sociais, mantém seus 45 quilos com a dieta. A modelo Sasha Meneghel, a filha de Xuxa, eliminou 8 quilos. Ao mesmo tempo, o que para os adeptos é uma vitória a ser comemorada — sem pizza, claro — representa na opinião de boa parte dos médicos algo que pode não ser tão bom assim para a saúde. A pitada de controvérsia dá o toque final à receita de popularidade.

arte dieta

Continua após a publicidade

A cetogênica surgiu no início do século XX como opção para o tratamento da epilepsia, doença neurológica que leva a movimentos descontrolados e crises convulsivas. A proposta mais conhecida é a do médico americano Russell Wilder, que jogou luz ao termo cetogênico quando desenvolveu esse regime que promove condições metabólicas semelhantes às induzidas pelo jejum prolongado. Nessa condição, sem a energia proveniente da glicose fornecida pelos carboidratos, o corpo utiliza o combustível dos corpos cetônicos, produtos fabricados a partir da transformação da gordura em glicose. A gordura, até então armazenada, vai sendo queimada. Ao determinar a restrição aos carbs, a dieta de sucesso desencadeia mecanismo semelhante. A orientação é ingerir diariamente até 10% do nutriente, cinco vezes a menos do sugerido para uma alimentação balanceada. Como nossa reserva de glicose dura no máximo 36 horas, após esse período o organismo entra em cetose e obtém seu combustível da gordura guardada ou ingerida.

No cardápio da keto, há muita proteína e gorduras saudáveis, como as encontradas em óleos vegetais. O que não pode são doces, pães, alimentos processados. Analisada por esse aspecto, a dieta é saudável. “Os açúcares promovem processos inflamatórios. A dieta elimina esse risco”, diz o médico nutrólogo Pablo Llompart, que indica o regime. Por outro lado, várias pesquisas sugerem que a ausência de carboidratos e o excesso de gordura causam problemas cardiovasculares e hepáticos. “A cetogênica pode ter consequências prejudiciais a longo prazo”, afirma a cardiologista Sara Seidelmann, do Hospital Brigham and Women’s, em Boston, e autora de um estudo sobre os padrões alimentares de mais de 400 000 pessoas no mundo.

RECEITAS - Gianecchini e a chef Dani: o preparo criativo dos pratos é fundamental -
RECEITAS - Gianecchini e a chef Dani: o preparo criativo dos pratos é fundamental – (Tz Assessoria/COLLAB PRODUÇÕES/.)
Continua após a publicidade

Há ao menos um consenso: a perda rápida de peso serve como estímulo para a adesão a um estilo saudável de vida. O difícil é segui-la por muito tempo. Além de cansaço e alterações de humor nos primeiros dias, o cardápio pode enjoar. “É preciso aprender a deixar a comida do dia a dia saborosa. Assim, fica mais fácil fazer a dieta sem entrar em desespero no terceiro dia”, aconselha a chef Dani Faria Lima, que cuida do cardápio do ator Reynaldo Gianecchini, novo adepto da cetogênica. Mais duas orientações: ser acompanhado por um médico e resistir ao cheirinho de pão quentinho no café da manhã. Difícil.

Publicado em VEJA de 8 de setembro de 2021, edição nº 2754

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 9,98 por revista)

a partir de 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.