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Escore de Gleason: entenda gravidade do câncer de próstata de Joe Biden

Ex-presidente dos Estados Unidos, de 82 anos, recebeu diagnóstico de tumor agressivo que se espalhou para os ossos; médicos falam sobre tratamentos

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 Maio 2025, 18h38 - Publicado em 19 Maio 2025, 20h32

O diagnóstico de câncer de próstata do ex-presidente dos Estados Unidos Joe Biden, de 82 anos, anunciado neste domingo, 18, foi uma notícia inesperada, ainda mais com a informação de que se trata de um tumor “agressivo” e que há metástase óssea, ou seja, o espalhamento da doença para os ossos. Mas é importante saber que esse tipo de câncer é comum em idosos por ter relação com o envelhecimento e pode se instalar e crescer de maneira silenciosa, o que evidencia a necessidade de exames, como o teste de PSA (feito pelo sangue) e o toque retal, para a detecção precoce da doença.

Embora a descoberta de um câncer seja sempre difícil, os avanços no tratamento para esse tipo de tumor permitem que o paciente tenha qualidade de vida. Tratamentos hormonais, cirurgias robóticas e terapias-alvo formam o arsenal que pode combater as lesões.

“Há três décadas, o diagnóstico era relacionado a sofrimento e óbito, mas o câncer de próstata é diferente dos demais. A maior parte dos homens vai ter o tumor e é uma doença com baixa mortalidade quando tratada”, explica Wilson Busato, supervisor da disciplina de câncer de próstata da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). A entidade recomenda que homens busquem urologistas para avaliação a partir dos 50 anos, mas pacientes do grupo de risco, como a população negra, com histórico familiar da doença e que vive com obesidade, devem iniciar o acompanhamento aos 45 anos.

A gravidade do tumor do ex-presidente estadunidense foi considerada pela disseminação das células cancerígenas, a metástase, mas também pelo escore de Gleason, um esquema de pontuação calculado a partir da avaliação do tumor presente na glândula.

Isso é feito por meio da biópsia do tecido da próstata, que é avaliada com base na presença de células malignas que já não têm semelhança com as células normais em uma determinada área. Quanto mais diferentes das células saudáveis, maior o risco. Essa área é classificada com um índice de um a cinco que é somado ao grau de risco calculado em uma região próxima, também entre um e cinco, totalizando o escore.

Abaixo de seis, o risco é considerado baixo. Entre oito e dez, a doença é considerada de risco mais elevado — o escore de Biden foi nove — e é quando há maior possibilidade do aparecimento de metástases.

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“Quando há alto risco, tem chance acima de 80% de doença progredir e mortalidade acima de 30%. Se nada for feito, a sobrevida em 48 meses é baixa”, diz Busato.

Castração hormonal

Segundo o gabinete de Biden, após sintomas urinários, foi detectado um pequeno nódulo e, embora “represente uma forma mais agressiva da doença, o câncer parece ser sensível a hormônios, o que permite um tratamento eficaz”.

Isso significa que a estratégia a ser adotada é a hormonioterapia, também chamada de castração hormonal, quando é administrado um tratamento para reduzir os níveis de testosterona, hormônio masculino que não está relacionado ao câncer, mas alimenta o tumor. “Com a inibição da testosterona, as células dependentes do hormônio morrem”, diz Gustavo Cardoso Guimarães, diretor do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) e diretor dos Departamentos Cirúrgicos Oncológicos da BP – A Beneficência Portuguesa.

A indicação das demais terapias incorporadas ao tratamento vai depender das respostas do organismo e da quantidade de metástases. Em alguns casos, os pacientes são submetidos a cirurgias para retirada da próstata, outros fazem também radioterapia e há pessoas tratadas com quimioterapia.

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Com o avanço das terapias e a personalização do tratamento, as metástases também podem ser controladas e tratadas. “Em um caso mais avançado, é possível fazer exames genéticos e utilizar drogas-alvo. O arsenal é muito grande para a doença metastática mesmo quando vai para ossos e linfonodos”, explica Guimarães. “Quando a metástase é só óssea, há remédios de medicina nuclear para fazer o tratamento e é possível controlar a doença por dez anos ou mais.”

Além das drogas para debelar o câncer de próstata, os pacientes recebem terapias de suporte para conter efeitos do tratamento que podem prejudicar a saúde e a autonomia, caso da fragilidade óssea desencadeada pela inibição da testosterona, que pode causar fraturas. “Esse câncer saiu de prognóstico muito ruim com a grande quantidade de medicamentos e se tornou uma doença crônica para idosos”, finaliza Guimarães.

Sintomas do câncer de próstata

A doença costuma evoluir sem chamar atenção por ser assintomática. Quando os sintomas aparecem, geralmente, é porque o câncer de próstata está mais avançado. Os sinais são:

  • Dificuldade para urinar
  • Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite
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Na fase avançada, pode causar:

  • Dor óssea
  • Infecção generalizada
  • Insuficiência renal
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