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Estudo decifra como pais contribuem para sedentarismo dos filhos

Pesquisa brasileira com 182 crianças e adolescentes mostra que influência das mães para estimular atividade física foi mais de duas vezes superior à dos pais

Por Maria Fernanda Ziegler, da Agência Fapesp
7 jul 2025, 11h54

 “Os filhos são o espelho dos pais” é uma frase batida, porém descreve a realidade em determinados contextos. Foi o que mostrou, pelo menos em relação ao sedentarismo, um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) com 182 jovens entre 6 e 17 anos e seus respectivos pais.

A partir de dados obtidos por acelerômetros – dispositivos usados para medir com precisão os níveis de atividade e inatividade dos participantes – ficou comprovada uma associação direta entre os níveis de atividade física dos adultos e o comportamento sedentário dos filhos.

Os resultados do estudo mostram que filhos de pais e mães inativos tendem a ser mais sedentários. Por outro lado, quando mães e pais mantêm uma rotina ativa, é raro que os filhos não sigam pelo mesmo caminho.

Os pesquisadores verificaram que o encargo de estimular a atividade física parece pesar mais para as mães: sua influência foi mais de duas vezes superior à dos pais. Porém, não foi possível no estudo atribuir o motivo do maior impacto materno.

“Os resultados indicam que o nível de atividade física dos pais pode influenciar diretamente os hábitos dos filhos. Ou seja, quando pais mantêm uma rotina mais ativa, seus filhos têm menor propensão a permanecer longos períodos sentados”, afirma à Agência Fapesp Diego Christofaro, professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT-Unesp), campus de Presidente Prudente, e autor principal do artigo publicado na revista Sports Medicine and Health Science.

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Sedentarismo na infância

O sedentarismo na infância e na adolescência é um problema de saúde pública em diversos países do mundo. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, entre 11% e 38% das crianças e adolescentes no Brasil apresentam excesso de peso, diretamente relacionado ao baixo nível de atividade física e ao avanço do sedentarismo infantojuvenil.

O estudo, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), é um dos primeiros a analisar a relação entre o comportamento sedentário de pais e filhos, estratificando essas relações de acordo com o nível de atividade física dos pais. As investigações consideraram separadamente mães e pais, uma providência relevante, tendo em vista as diferenças entre homens e mulheres tanto em hábitos relativos à atividade física quanto ao comportamento sedentário.

As análises também foram ajustadas por fatores sociodemográficos, como sexo e idade das crianças e o nível socioeconômico da família. Estudos anteriores já demonstraram que a escolaridade dos pais pode influenciar significativamente tanto seus próprios hábitos quanto os de seus filhos em relação à atividade física e ao comportamento sedentário.

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“Hábitos sedentários são resultados de múltiplos fatores, como falta de acesso, de tempo e de locais onde se possa praticar atividade física”, pondera Christofaro. “No entanto, nosso estudo mostra que os hábitos dos pais podem incidir na saúde dos filhos. Por isso, acreditamos que esses resultados podem subsidiar políticas públicas e campanhas voltadas à promoção de um estilo de vida mais ativo no ambiente familiar.”

O Guia de Atividade Física para a População Brasileira recomenda que crianças e adolescentes de 6 a 17 anos pratiquem pelo menos 60 minutos diários de atividade física moderada a vigorosa.

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