Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Estudo inédito mostra a trajetória do vírus no Brasil

Conduzido por 15 renomadas instituições brasileiras e do Reino Unido, o trabalho combinou dados genômicos, de mobilidade e epidemiológicos

Por Da redação
Atualizado em 23 jul 2020, 18h19 - Publicado em 23 jul 2020, 15h00

Um estudo publicado nesta quinta-feira, 23, na revista Science mostrou que a maior parte das transmissões de coronavírus no Brasil é originária da Europa e chegou ao país antes da restrição de voos internacionais. O projeto multinacional que contou com a participação de 15 instituições brasileiras, do Imperial College de Londres de da Universidade Oxford, no Reino Unido, revelou ainda que as medidas de distanciamento social implementadas no Rio de Janeiro e em São Paulo em março foram capazes de reduzir pela metade a velocidade de transmissão do coronavírus. No entanto, a flexibilização precoce nesses locais manteve uma taxa de transmissão considerada alta pelos pesquisadores e que indica crescimento da epidemia.

Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores combinaram dados genômicos, de mobilidade e epidemiológicos. A análise molecular das cepas do novo coronavírus no Brasil revelou 427 novos genomas do vírus encontrados em todo o Brasil. Este é o maior conjunto de dados genômicos da América Latina e um dos maiores o mundo.

LEIA TAMBÉM: O que o Brasil deve fazer enquanto a vacina não chega

“O sequenciamento rápido do genoma nos permitiu reconstruir o introdução e disseminação inicial do SARS-CoV-2 no Brasil e vinculá-lo aos padrões de mobilidade humana e intervenções não farmacêuticas no país. A vigilância genômica nos ajudará a entender o impacto das medidas de relaxamento agora implementadas contra a disseminação de vírus”, disse Darlan Candido, primeiro autor do estudo.

O estudo revelou que houve mais de uma centena de introduções do vírus no país por meio viagens internacionais. A maioria delas foi encontrada em estados com grande conexão internacional como São Paulo (36% de todas as importações), Minas Gerais (24%), Ceará (10%) e Rio de Janeiro (8%).

ASSINE VEJA

Crise da desigualdade social: a busca pelo equilíbrio
Crise da desigualdade social: a busca pelo equilíbrio Leia nesta edição: Como a pandemia ampliou o abismo entre ricos e pobres no Brasil. E mais: entrevista exclusiva com Pazuello, ministro interino da Saúde ()
Clique e Assine
Continua após a publicidade

No entanto, apenas algumas dessas apresentações foram transmitidas de forma contínua e sustentada em todo o país. A maioria (76%) das cepas transmitidas atualmente no país pertencem a apenas três grupos de vírus, todos originários da Europa, e que chegaram ao país entre 28 de fevereiro e 11 março.

“A identificação de genomas do SARS-CoV-2 nos ajudará a entender a base da diversidade do SARS-CoV-2 no Brasil e será importante para escolher quais sequências provocam uma resposta imune mais forte e quais linhagens representam melhor a diversidade do vírus circulante, o que ajudará a monitorar as atuais vacinas candidatas e acelerar o desenvolvimento de vacinas subsequentes.”, explica Renato Santana, um dos líderes do trabalho.

De acordo com os pesquisadores, durante a primeira fase epidêmica, o vírus se espalhou principalmente localmente e dentro dos estados que foram incialmente afetados. Por outro lado, a segunda fase foi caracterizada pelo movimento a longa distância e a ignição da epidemia fora da região sudeste do Brasil.

Continua após a publicidade

Eficácia do distanciamento social

Os autores concluíram que a adoção de medidas de distanciamento social, como o fechamentos de escolas e do comércio, aplicadas em São Paulo e no Rio de Janeiro no final de março, ajudaram a reduzir o número de reprodução (R) do vírus. Basicamente, esse número de propagação corresponde ao potencial de propagação.

No início da epidemia em São Paulo e no Rio de Janeiro, esse potencial de propagação era maior do que 3. Isso significa que uma pessoa infectada transmitia o vírus para mais de três pessoas. A implementação das restrições fez esse número cair para perto de 1, em ambos os estados. Segundo epidemiologistas, uma quarentena pode ser flexibilizada quando esse número de reprodução é menor do que 1, pois indica controle da pandemia.

No entanto, São Paulo e Rio de Janeiro flexibilizaram a quarentena antes do potencial de propagação do vírus ficar abaixo de 1 e até hoje, o número se mantém elevado, o que, segundo os autores, significa que epidemia está crescendo. Diante disso, eles alertam para a necessidade urgente de impedir a transmissão futura de vírus, expandindo a triagem diagnóstica, o rastreamento de contatos, a quarentena de novos casos e coordenação
medidas de distanciamento social e físico em todo o país.

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.