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Exame de sangue poderá diagnosticar Alzheimer

Cientistas desenvolveram um exame sanguíneo que identifica proteínas tóxicas ligadas ao Alzheimer e poderá detectar a doença antes dos primeiros sintomas

Por Da redação
Atualizado em 2 fev 2018, 19h37 - Publicado em 2 fev 2018, 18h13
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  • Um teste de sangue capaz de detectar o Alzheimer anos antes do desenvolvimento dos primeiros sintomas da doença está mais próximo de se tornar realidade. Em um estudo publicado recentemente na revista Nature, pesquisadores australianos e japoneses conseguiram desenvolver um exame simples e barato que identifica com precisão proteínas tóxicas ligadas à doença.

    O Alzheimer é a principal causa de demência em pessoas a partir dos 60 anos, mas permanece como um dos principais desafios da medicina devido à dificuldade de diagnóstico precoce e à ausência de tratamento. Na maioria dos casos, a doença é identificada quando o paciente já apresenta perda de memória, o que indica a perda definitiva de células cerebrais.

    Acredita-se que o Alzheimer se desenvolva de vinte a trinta anos antes do aparecimento dos primeiros sintomas, portanto, o grande desafio de especialistas no assunto, além de tratamentos efetivos, é desenvolver um teste capaz de detectar a doença antes da perda neuronal.

    Nova abordagem

    No estudo, os pesquisadores tentaram identificar a formação de placas de proteínas beta-amiloides no cérebro, por meio da detecção de fragmentos dessas proteínas tóxica na corrente sanguínea de 373 pacientes. O acúmulo anormal de beta-amiloides é um dos sinais do Alzheimer.

    Os cientistas então compararam os resultados do exame de sangue com imagens de ressonância magnética e do líquido cefalorraquidiano, testes já utilizados e consagrados para a detecção das proteínas. A comparação mostrou que a análise sanguínea tem 90% de precisão quando aplicada em pessoas saudáveis, com perda de memória e em pacientes com Alzheimer.

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    “A partir de uma pequena amostra de sangue, nosso método consegue mensurar diversas proteínas amiloide, mesmo que sua concentração seja extremamente baixa”, disse Koichi Tanaka, pesquisadores da Corporação Shimadzu, no Japão, e um dos autores do estudo.

    Exame mais acessível

    Exames de ressonância magnética cerebral e análise do líquido cefalorraquidiano já são utilizados com sucesso para investigar a formação de placas beta-amiloides, mas são testes caros, pouco práticos e invasivos. Então o novo teste é o primeiro passo para o desenvolvimento de uma forma barata e prática para a detecção precoce da doença.

    “Esse exame é no mínimo tão bom quanto as técnicas atuais de varredura cerebral e ultrapassa em muito os exames de sangue existentes”, afirmou Colin Masters, professor de pesquisa em demência no Instituto de Neurociência e Saúde Mental Florey, em Melbourne, na Austrália, e líder do estudo.

    Os autores ressaltam que ainda é preciso aperfeiçoar o método, mas os resultados são bastante promissores. “Precisamos ver se o teste funciona em uma população maior, mas tem o potencial de acelerar os ensaios clínicos e ajudar as pessoas nos estágios iniciais da doença de Alzheimer a acessar novos tratamentos se e quando estiverem disponíveis “, disse Doug Brown, político e pesquisador da Alzheimer’s Society UK.

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