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FDA aprova medicamento contra esclerose apesar de dúvidas sobre eficácia

Órgão disse que benefícios de terapia experimental para Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) superam os riscos

Por Diego Alejandro
30 set 2022, 16h07

A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora americana, aprovou nesta quinta-feira, 29, um tratamento experimental para Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), um distúrbio neurológico grave que não tem cura, apesar das dúvidas sobre a eficácia da terapia.

A doença afeta o sistema nervoso de forma degenerativa e progressiva, causando paralisia motora irreversível e morte precoce. O físico britânico Stephen Hawking, morto em 2018, foi um dos pacientes mais conhecidos.

Segundo os revisores da própria agência, não havia evidências suficientes de que o medicamento, que será comercializado como Relyvrio, pudesse ajudar os pacientes a viver mais ou diminuir a taxa em que perdem funções como controle dos músculos, que os levam a não conseguir falar ou respirar sem assistência. A FDA autorizou o medicamento sem esperar dois anos pelos resultados de um grande ensaio clínico, citando  que havia “incerteza residual sobre a evidência de eficácia”, mas que “dada a natureza séria e com risco de vida da ELA e a necessidade substancial não atendida, esse nível de incerteza é aceitável neste caso.”

O memorando também disse que os benefícios superam os riscos porque o tratamento “não tem nenhum sinal de segurança significativo de preocupação”. A aprovação segue uma campanha de pacientes, grupos de defesa e médicos que tratam ELA, que pediram a aprovação em uma carta à agência.

“Em qualquer trabalho difícil, haverá uma chance de cometer um erro. Tudo se resume a qual erro você prefere cometer”, declarou neste mês Richard Bedlack, diretor da Clínica de ELA na Duke University. “Você pode imaginar o erro de dizer não agora e, em dois anos, obter evidências confirmatórias de que o remédio funcionava? Perceber que todos aqueles pacientes estão muito piores ou até mesmo mortos?”.

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A esclerose lateral amiotrófica, também chamada de doença de Lou Gehrig, é diagnosticada em cerca de 6 mil pessoas em todo o mundo a cada ano. O tratamento começa com um medicamento chamado riluzol, que reduz a velocidade de progressão da doença e prolonga a vida do paciente. No Brasil, este remédio é distribuído gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).

Em 2017, a FDA também aprovou o uso de Radicava (edaravona), que pode retardar a progressão da doença em cerca de 33%.

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