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Febre amarela: tire suas dúvidas sobre a doença

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a chegada da doença a São Paulo já era esperada -- mas a situação é preocupante

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 21h14 - Publicado em 24 out 2017, 14h12

A morte de três macacos no Horto Florestal de São Paulo, com suspeita de febre amarela (um dos casos já foi confirmado, dois permanecem em investigação) reacende o medo da disseminação da doença na capital paulista. Os animais não transmitem a doença diretamente aos humanos, mas são hospedeiros do vírus e suas mortes indicam que um novo ciclo da doença está por vir, de acordo com o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Desde a notificação dos casos, o Parque Horto Florestal e o Parque da Cantareira, ambos na região do Tremembé, na Zona Norte da cidade de São Paulo, estão fechados e sem previsão de reabertura. A confirmação da morte do primeiro primata pela doença ocorreu menos de dois meses depois de o Ministério da Saúde declarar o fim do pior surto da história da doença no país.

Chegada da doença já era esperada

Segundo o coordenador da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Saúde do Estado de SP, Marcos Boulos, a chegada da febre amarela à cidade de SP já era esperada, mas ainda assim, a situação é preocupante e há possibilidade de surto.

“Nós achávamos que isso acontecer mesmo. Com a chegada do verão, que está próximo, existe a possibilidade de mais casos entre macacos”, afirmou.

Vacina é a melhor forma de prevenção

Como medida de prevenção, a  prefeitura de São Paulo anunciou nesta terça-feira que pretende vacinar 2,5 milhões de pessoas contra a febre amarela nas próximas semanas. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o número de Unidades Básicas de Saúde (UBS) que vão oferecer a imunização será ampliado de quatro para 33 a partir de quarta-feira.

Segundo balanço parcial divulgado pela secretaria, do último sábado até agora foram imunizadas emergencialmente 12.000 pessoas na região do Horto. No entanto, desde setembro a prefeitura vinha vacinando preventivamente os moradores da região. Nas quatro UBS do distrito Anhanguera, que começaram a dar a vacina no mês passado, 35.000 doses já haviam sido aplicadas.

Nesta primeira fase, serão vacinadas crianças com idade a partir de 9 meses que residam num perímetro de até 500 metros das margens dos dois parques. Na segunda etapa, o limite será ampliado para 1.000 metros e a terceira fase dependerá de nova avaliação epidemiológica.

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A febre amarela silvestre, que foi identificada no primata, é transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, comuns em regiões de mata. A transmissão para humanos ocorre a partir dos mosquitos, e não dos macacos. Entre os sintomas da doença estão calafrios, dor de cabeça, dores nas costas e no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza.

Veja abaixo algumas das principais dúvidas sobre a doença

1. Como a febre amarela é transmitida?

Pela picada de mosquitos portadores do vírus de febre amarela. Em regiões de campo e floresta, o principal mosquito transmissor é o Haemagogus. O vírus também pode ser transmitido pelo Aedes aegypti, na forma urbana da doença. Casos de transmissão urbana, no entanto, não são registrados no País desde 1942.

2. A febre amarela é contagiosa?

Não. A doença não é transmitida de ser humano a ser humano, nem de animal a animal, tampouco de animal a humanos. A única forma de transmissão é pela picada do mosquito infectado.

3. Qual é o papel de primatas na transmissão?

Primatas podem se contaminar com o vírus, exercendo também o papel de hospedeiros. Se picados, os animais transmitem o vírus para o mosquito, aumentando, assim, as chances de propagação da doença.

4. Quais sintomas provocados pela febre amarela?

A febre amarela é classificada como uma doença infecciosa grave. Ela provoca calafrios, dor de cabeça, dores nas costas e no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Os primeiros sintomas aparecem de 3 a 6 dias depois da infecção.

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5. Como a doença evolui?

Para maior parte dos pacientes, os sintomas vão perdendo a intensidade a partir do 3º ou 4º dia da infecção. Em alguns casos, no entanto, a doença entra em sua fase considerada tóxica.

6. O que ocorre nos casos graves?

Cerca de 10% dos pacientes desenvolvem a forma grave da doença. Ela geralmente ocorre depois de um período breve de melhora dos primeiros sintomas da doença. A febre reaparece, há hemorragias, insuficiência hepática, insuficiência renal. Um dos sintomas é a coloração amarelada da pele e do branco dos olhos. Também não é incomum pacientes apresentarem vômito com sangue, um sintoma da hemorragia. Cerca de 50% dos pacientes que desenvolvem a forma grave da doença morrem num período entre 10 e 14 dias.

7. Qual é o tratamento para a doença?

Não há um tratamento específico para febre amarela. A medida mais eficaz é a vacinação, para evitar a contaminação da doença.

8. A vacina deve ser tomada por toda a população?

É recomendada para pessoas de áreas de risco em 19 Estados. De forma temporária, a recomendação foi estendida a cidades do Rio, Espírito Santo, São Paulo e Bahia. Na capital paulista, a dose está sendo recomendada para quem vive ou frequenta a zona norte. A prioridade imediata é para quem vive na região do Horto.

9. Já sou vacinado. Preciso repetir a dose?

Não. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, estudos mostram que uma só aplicação é capaz de dar imunidade por toda a vida. O Brasil era o único país a adotar ainda o esquema vacinal em duas doses.

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10. Quais são as reações possíveis à vacina?

Os efeitos colaterais graves são raros. Mas 5% da população pode desenvolver sintomas como febre, dor de cabeça e dor muscular de 5 a 10 dias. Não é frequente a ocorrência de reações no local da aplicação.

11. Quem tem maior risco de evento adverso relacionado à vacina da febre amarela?

Crianças menores de 6 meses, idosos, gestantes, imunodeprimidos, mulheres que estão amamentando e pessoas com alergia grave à proteína do ovo.

12. É possível contrair a doença mais de uma vez?

Não. Quem já foi infectado está imune para sempre, diferentemente do que ocorre com a dengue.

(Com Estadão Conteúdo)

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