Fiocruz alerta sobre aumento da covid e ministério recomenda vacinação
Concentração de casos se espalha e atinge Goiás, São Paulo Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Distrito Federal; saiba quem precisa se vacinar
Antes concentrado em Goiás e São Paulo, o aumento de casos de covid-19 está se espalhando e já pode ser notado no Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Distrito Federal, segundo o novo Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quinta-feira, 11. A circulação do vírus está associada à movimentação das pessoas de São Paulo para outros estados. A recomendação da entidade e do Ministério da Saúde é manter a carteira de vacinação atualizada (veja quem deve se vacinar abaixo).
O boletim considerou dados do período de 1 a 7 de setembro inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) e pesquisadores da fundação alertam que é possível que o vírus continue se espalhando para outras localidades nas próximas semanas. Como há outros patógenos em circulação, a orientação é tomar as vacinas que estão atrasadas e ficar atento às campanhas.
“Nessa época do ano, começam as campanhas de vacinação contra a influenza na região Norte. E é muito importante que todas as pessoas elegíveis nos estados do Norte também estejam em dia com a vacina”, disse, em nota, Tatiana Portella, pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz.
Vírus em circulação
Segundo a instituição, nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 34,7% para rinovírus, 32% para Sars-CoV-2 (causador da covid-19), 14,4% para influenza A, 9% para vírus sincicial respiratório (VSR) e 3,2% para influenza B.
Entre as mortes, o novo coronavírus lidera com 50,2% dos episódios, seguido por 25,4% para influenza A, 9,8% para rinovírus, 4,1% para influenza B e 3,7% para VSR.
“Com esse quadro preocupante, é fundamental seguir recomendações como uso de máscara em locais fechados com maior aglomeração de pessoas e com menor circulação de ar, assim como dentro dos postos de saúde”, diz a pesquisadora. “Em caso de aparecimento dos sintomas, o recomendado é ficar em isolamento em casa, se recuperando da infecção e, assim, evitando transmitir esse vírus para outras pessoas. Mas, se não for possível fazer isolamento, o recomendado é sair de casa usando uma boa máscara”, finaliza.
Os vírus VSR (causador da bronquiolite) e rinovírus se mantêm como as principais causas de internações e óbitos em crianças de até 2 anos. Na população entre 2 e 14 anos, o destaque é para as infecções por rinovírus.
Até o momento, foram notificados 126.904 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), dos quais 61.015 (48,1%) tiveram resultado positivo para vírus respiratórios.
Vacinação contra a covid-19
Nesta semana, o Ministério da Saúde reforçou o pedido para que a população se vacine contra a covid-19, doença que causou 112 mil hospitalizações e 7 mil óbitos por SRAG, dos quais 25% foram por covid e afetaram principalmente os idosos, em 2024. As doses estão disponíveis para os seguintes grupos prioritários:
- pessoas com 60 anos ou mais
- pessoas vivendo em instituições de longa permanência (ILPI e RI) e seus trabalhadores
- pessoas imunocomprometidas
- indígenas
- ribeirinhos
- quilombolas
- gestantes e puérperas
- trabalhadores da saúde
- pessoas com deficiência permanente
- pessoas com comorbidades
- pessoas privadas de liberdade (a partir de 18 anos)
- funcionários do sistema de privação de liberdade
- adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas
- pessoas em situação de rua
“A vacinação é recomendada no calendário de rotina para crianças de seis meses a menores de cinco anos de idade. Pessoas entre cinco e 59 anos de idade que não fazem parte dos grupos prioritários e nunca foram vacinadas podem receber o esquema primário (uma dose da vacina XBB)”, informa a pasta.