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Folhas da beterraba podem atuar na prevenção do câncer intestinal, aponta pesquisa brasileira

Estudos também mostraram impactos positivos à saúde cardiovascular. Confira estratégias para o aproveitamento integral do alimento e de outros vegetais

Por Regina Célia Pereira, da Agência Einstein
26 set 2025, 10h30

Já é sabido que a raiz redonda, de cor vermelho-púrpura, esbanja nutrientes que favorecem as artérias. Agora, um trabalho brasileiro chega para atestar os benefícios da folhagem da beterraba. O artigo, publicado no periódico científico Food Research International, aponta capacidade antioxidante e potenciais efeitos contra tumores intestinais.  “Observamos uma diminuição na proliferação de células de câncer colorretal, cultivadas em laboratório, após simulação do processo digestivo”, conta o nutricionista e primeiro autor do estudo Luís Gustavo Sabóia Ponte, do Laboratório Multidisciplinar em Alimentos e Saúde, da Faculdade de Ciências Aplicadas, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

As folhas de beterraba foram testadas em um aparelho que imita a digestão. “O sistema reproduz diferentes etapas digestivas, utilizando enzimas específicas, fluidos gastrointestinais, com variações de pH, movimentos peristálticos e mantendo a temperatura constante em 37 °C”, explica o pesquisador.

E ficou comprovado in vitro (em ambiente de laboratório), que algumas substâncias vindas do vegetal atuam na proteção contra o câncer intestinal. O destaque vai para a vitexina e a apigenina, dupla de polifenóis – classe de compostos bioativos que coleciona evidências sobre atividades antioxidantes e anti-inflamatórias.

Outros trabalhos, inclusive um ensaio clínico preliminar conduzido pelo mesmo grupo da Unicamp, mostraram impactos positivos na saúde cardiovascular, pelo equilíbrio dos níveis de colesterol.

Riqueza que pode ir para o lixo

Além desses fitoquímicos, a folhagem contém sais minerais como o potássio e o magnésio, que também teriam efeitos cardioprotetores. Somam-se ainda as vitaminas A e C, que contribuem para a imunidade e as fibras, aliadas do intestino.

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Mas, toda essa riqueza, geralmente, é descartada. Daí a importância de incentivar o aproveitamento integral do alimento. “Essas partes não convencionais dos vegetais, muitas vezes, podem ser até mais ricas se comparadas ao que é comumente utilizado”, comenta a nutricionista Fabiana Fiuza Teixeira, da Gerência de Bem-estar e Saúde Mental, do Einstein Hospital Israelita.

Não bastasse acrescentar nutrientes e sabores ao cardápio, o uso de talos, folhas e sementes ajuda a combater o desperdício. “Incluí-los no dia a dia colabora com a nossa saúde a com a do planeta”, opina a nutricionista.

Embora a folha da beterraba, especialmente o tipo “beterraba baby” fique ótima crua, em saladas e sucos, uma das recomendações dos especialistas é a de passá-la por algum tipo de cozimento. A estratégia ajuda a reduzir os chamados compostos anti-nutricionais, que costumam atrapalhar a absorção de nutrientes.

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Refogados, recheios de tortas e raviólis, bolos, sopas e cremes sopas são algumas receitas com folhagens e, assim como as da beterraba, as da cenoura, do rabanete e do nabo podem ser usadas.

A casca da beterraba é mais um ingrediente interessante, aliás, cozinhar a raiz, em panela de pressão, sem retirá-la, evita que se percam vitaminas do complexo B e a betalaína, pigmento responsável pela aparência exuberante e que tem ação antioxidante.

Entre as cascas de outros alimentos incluídas em preparações, há a de banana, usada em bolos. Já a de abóbora vai bem em purês.  A casca de melancia, a de laranja e a do mamão podem ser utilizadas em compotas, por exemplo, enquanto a de manga entra no preparo de geleias.  “A de batata, depois de assada em forno ou airfryer, pode ser uma opção de lanchinho”, sugere a nutricionista do Einstein,

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Talos também tendem a ir para a lixeira, mas guardam muitos nutrientes.  E, outra vez, a beterraba oferece esse item, junto de brócolis, couve-flor, couve-manteiga, salsa, entre tantos vegetais. Dá para adicioná-los em omeletes, vinagretes, quiches, farofas e patês, por exemplo.

Por fim, há algumas sementes que não merecem ser desprezadas. “As de abóbora, após assadas, podem servir como petisco ou incrementar saladas”, ensina a nutricionista. São ricas em vitaminas e sais minerais.

Atenção com a limpeza

Uma sugestão da nutricionista do Einstein é a de priorizar vegetais orgânicos. “Geralmente as folhas e as cascas acabam acumulando resíduos de agrotóxicos”, diz. Outra dica é a de optar por alimentos da safra, que costumam ser mais saborosos, nutritivos e com preços acessíveis.

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Vale ainda caprichar na limpeza dos vegetais. O ideal é deixá-los de molho em uma solução de hipoclorito de sódio. A proporção é a de uma colher (sopa) de água sanitária (2 a 2,5% de cloro ativo) para 1 litro de água.

É importante prestar atenção às rugosidades e frestinhas, sobretudo nas folhas. Uma escova de cerdas delicadas ajuda a eliminar as sujidades, assim como esponjas de uso exclusivo. Depois da limpeza, é só lançar mão da criatividade na criação das receitas.

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