Um estudo publicado no Journal of the American Heart Association revela que o Índice de Redondeza Corporal (BRI, na sigla em inglês) pode ser uma ferramenta mais eficaz do que o Índice de Massa Corporal (IMC) para prever o risco de doenças cardiovasculares. O BRI, que combina circunferência abdominal e altura para medir a gordura visceral, mostrou-se mais preciso na detecção de riscos cardíacos em comparação com o IMC, que avalia apenas o peso em relação à altura.
O trabalho acompanhou quase 10 mil adultos com mais de 45 anos na China entre 2011 e 2020 e concluiu que pessoas com níveis mais altos de BRI apresentaram até 163% mais chances de desenvolver problemas cardiovasculares. Mesmo considerando outros fatores de risco, como idade e histórico médico, a associação entre altos níveis de BRI e maior risco de ataques cardíacos e derrames permaneceu significativa.
O que é o Índice de Redondeza Corporal (BRI)?
O BRI é uma medida que avalia o formato do corpo, levando em consideração a circunferência da cintura e a altura para calcular a gordura visceral — a gordura que se acumula ao redor dos órgãos no abdômen, como o fígado, os rins e o pâncreas. Essa gordura é a que mais contribui para problemas de saúde graves, como doenças cardíacas, hipertensão e diabetes.
O IMC, por sua vez, não diferencia massa muscular de gordura, nem considera onde a gordura está concentrada, o que pode levar a diagnósticos menos precisos. Por exemplo, uma pessoa com musculatura desenvolvida pode ser considerada com sobrepeso pelo IMC, mesmo com baixos níveis de gordura visceral.
O que os pesquisadores sugerem com base nas descobertas?
Os autores do estudo recomendam que o BRI seja usado como uma ferramenta complementar nas avaliações de risco cardiovascular. Eles sugerem que a incorporação do BRI nas rotinas médicas poderia melhorar a detecção precoce de pessoas com maior probabilidade de desenvolver doenças cardíacas. Isso seria particularmente útil para adultos de meia-idade e idosos, grupos mais vulneráveis a esses problemas de saúde.
Além disso, os pesquisadores indicam que o acompanhamento contínuo do BRI ao longo dos anos pode ser uma maneira eficiente de monitorar o aumento gradual do risco cardiovascular, permitindo intervenções preventivas mais eficazes. Com isso, mudanças no estilo de vida, como dietas saudáveis e prática de exercícios, poderiam ser implementadas antes que o quadro se agrave.