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Injeção mensal para tratamento para dermatite atópica é liberada no Brasil

Medicamento é indicado para pacientes com mais de 12 anos com doença moderada a grave; versão atende casos que não responderam a pomadas

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 out 2024, 18h09

A farmacêutica Eli Lilly anunciou que recebeu aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para liberação de seu medicamento para dermatite atópica, doença inflamatória crônica que causa coceira e lesões avermelhadas, para uso em casos moderados a graves da condição em pacientes com mais de 12 anos nesta terça-feira, 29. Trata-se da injeção mensal de lebriquizumabe (de nome comercial EBGLYSS), versão que, em testes, se mostrou eficaz para casos que não tiveram sucesso com o tratamento usando pomadas.

De acordo com a farmacêutica, estudos com o fármaco mostraram que 5% os pacientes sentiram alívio significativo nos sintomas após duas semanas e, em média, 43% apresentaram melhora do quadro geral da doença em 16 semanas. No grupo placebo, o índice foi de apenas 12%.

Com a manutenção mensal, 85% dos participantes do ensaio permaneceram com a condição sob controle por um ano, algo importante para um quadro que afeta a autoestima e a qualidade de vida dos pacientes não apenas pelas lesões, mas pelo incômodo que causa. Para a aprovação da Anvisa, foram considerados três estudos de fase 3 com mais de 1.000 participantes com sintomas moderados a graves.

“Pessoas que convivem com dermatite atópica enfrentam barreiras importantes para controlar sintomas que, em muitos casos, limitam a vivência social e afetam a saúde mental dessas pessoas e seus familiares. Estamos muito felizes com a aprovação de uma nova opção de tratamento que pode contribuir com uma melhoria de vida para pacientes e suas famílias”, disse, em nota, Luiz Magno, diretor médico da Eli Lilly do Brasil.

Além de ter dado resultados em casos que não respondiam aos tratamentos tópicos, ou seja, aplicados diretamente na pele, o medicamento demonstrou eficácia em diferentes tipo de pele.

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Novos tratamentos

O lebriquizumabe se junta a outros tratamentos inovadores que estão despontando como opção para o tratamento da dermatite atópica. Em junho, a Pfizer anunciou a aprovação da droga abrocitinibe (de nome comercial Cibinqo) também para a população acima de 12 anos e focada em pacientes que necessitam fazer uso de alguma terapia além dos cremes e pomadas para controlar os sintomas da condição.

No mês passado, foi feito o anúncio de que o medicamento dupilumabe (de nome comercial Dupixent), da Sanofi, será incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de crianças de 6 meses a 12 anos incompletos que apresentam quadros graves da doença.

Entenda a dermatite atópica

A dermatite atópica é uma doença inflamatória que desencadeia coceira intensa e as manchas avermelhadas. Os sintomas podem tomar mais da metade da pele do corpo e a condição que afeta principalmente crianças. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a estimativa é de ela atinge 25% da população infantil e 7% dos adultos.

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Nas regiões afetadas, é comum notar a pele mais áspera e ressecada, o que pode causar descamações e, posteriormente, favorecer infecções por bactérias, causadas às vezes pelo ato de coçar. Até 72% das pessoas que vivem com o quadro moderado a grave tendem a apresentar problemas respiratórios, como asma e rinite alérgica.

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