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Mais de 70% dos moradores de São Paulo estão suscetíveis à dengue, aponta estudo

Pesquisa com doadores de sangue também revela que 87% da população de Curitiba sem imunidade e destaca a necessidade de vacinação em capitais vulneráveis

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 jan 2025, 15h52 - Publicado em 13 dez 2024, 17h26

Um estudo conduzido pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) com apoio do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) revelou dados preocupantes sobre a imunidade da população contra a dengue. A pesquisa, realizada entre novembro de 2023 e junho de 2024, analisou amostras de cerca de 1.600 doadores de sangue de sete capitais brasileiras para identificar a presença de anticorpos IgG, que indicam exposição passada ao vírus. Os resultados mostram que São Paulo e Curitiba se destacam como as cidades mais vulneráveis: 72% e 87,5% da população analisada, respectivamente, não possuem imunidade contra nenhum dos quatro sorotipos da dengue.

“O fato de ambas as cidades não terem um histórico de grandes epidemias frequentes é a explicação mais plausível. A imunidade, na ausência de um imunizante – a vacina contra a dengue ainda não foi administrada em massa –, é adquirida somente pelo contato com o vírus. Fatores como o clima, com temperaturas médias menores e baixa umidade, também podem afetar a biologia do vetor e, em consequência, o espalhamento do vírus nessas cidades”, explica Vanderson Sampaio, pesquisador do ITpS.

O levantamento usou dados de São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Manaus e Rio de Janeiro.

Neste ano, o país bateu bateu os recordes de episódios e mortes pela doença da série histórica, com dados desde o ano 2000. Em todo o ano passado, foram 1.658.816 de casos de dengue. Antes disso, a maior crise da doença tinha ocorrido em 2015, quando foram feitas 1.688.688 notificações. Em relação às mortes, o ano passado mantinha o recorde, com 1.094 óbitos, seguido por 2022, que registrou 1.053.

De acordo com o painel de monitoramento de arboviroses do Ministério da Saúde, foram notificados, em 2024, 6.606.414 de casos prováveis da doença e 5.922 mortes. Há 1.067 mortes em investigação.

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Contrastes regionais e a dinâmica das epidemias

Em contrapartida, cidades como Recife e Fortaleza apresentam uma maior proporção de anticorpos na população, resultado de epidemias anteriores. Nessas localidades, entre 35% e 40% dos indivíduos analisados possuem anticorpos contra o vírus, um platô que, segundo especialistas, pode dificultar novas transmissões. Apesar disso, a imunidade registrada nessas cidades não garante proteção contra todos os sorotipos, especialmente em cenários de introdução de linhagens virais novas.

“Mesmo com a epidemia recente em São Paulo, ainda há muita gente suscetível ao vírus. Isso mostra que vacinar essa população é muito importante para evitar novos surtos“, afirma Ester Sabino, coordenadora do estudo e professora titular da FMUSP. “Esse tipo de pesquisa permite identificar quantas pessoas foram expostas ao vírus, mesmo aquelas que não apresentaram sintomas. Isso é fundamental para planejar o enfrentamento de futuras emergências sanitárias”, ela completa.

Vacina contra a dengue 

Apesar disso, o acesso à vacina contra a dengue no Brasil ainda é limitado, com doses disponíveis apenas para públicos-alvo específicos. Embora seja uma ferramenta crucial para a redução de novos casos, sua aplicação em larga escala enfrenta desafios logísticos e de produção. Por isso, medidas preventivas, como o controle do vetor e a eliminação de focos do mosquito, permanecem como as principais estratégias para conter a doença.

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Além de orientar estratégias de vacinação, os dados sorológicos são essenciais para alocar recursos, como campanhas de controle do vetor e insumos médicos, nas regiões mais vulneráveis. Segundo os pesquisadores, esses estudos devem ser realizados de forma sistemática, a cada dois anos, para monitorar a evolução da imunidade populacional.

Mobilização nacional contra a dengue 

Neste sábado, 14, o Ministério da Saúde promove o Dia D de Mobilização contra a Dengue, uma ação nacional para eliminar focos do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor da dengue, zika e chikungunya. A campanha reúne estados, municípios e a sociedade civil para reforçar a importância de medidas simples e eficazes na prevenção da doença. “Sabemos que 75% dos focos do mosquito estão perto das nossas casas. É hora de prevenir”, afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, em comunicado.

Durante a mobilização, agentes de saúde visitarão residências em todo o país, orientando a população e ajudando a eliminar possíveis criadouros do mosquito. Além disso, mutirões de limpeza e ações educativas serão realizados em várias comunidades. A iniciativa integra o Plano de Ação 2024/2025 do Ministério, que ampliou os recursos para o controle de arboviroses em 50%, totalizando R$ 1,5 bilhão.

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