Embora sejam elementos tradicionalmente usados nas comemorações de fim de ano, no Natal e no Réveillon, os fogos de artifício oferecem perigo se não forem manuseados com a devida atenção. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), o final do ano é a época mais preocupante para a entidade, devido à frequência de acidentes com esse tipo de artefato.
Segundo com Sérgio Augusto Machado da Gama, diretor de Comunicação SBCM, as mãos são a parte do corpo mais exposta a esse tipo de acidente, além de punho, rosto e olhos. “São os lugares onde a gente vê mais acidentes com fogos de artifício”, afirma.
Que cuidados tomar?
O cirurgião defende que os fogos de artifício sejam admirados de longe e não em lugares privados por pessoas despreparadas. Ele indica, contudo, que cuidados podem ser tomados para mitigar efeitos danosos, como queimaduras graves, lesões e amputações. Veja algumas delas:
- Para soltar rojão, devem ser usados prolongadores que mantenham distância entre a mão e o artefato;
- Fogos de artifício devem ser comprados somente em lojas especializadas;
- Nunca adquirir artefatos de fabricação caseira;
- Não reutilizar os materiais que falharem em acender na primeira tentativa;
- Evitar beber antes de manusear os artefatos;
- Crianças não devem ter manusear foguetes ou fogos de artifício e devem ficar a uma distância segura.
O que fazer em casos de queimaduras?
Queimaduras graves necessitam de atendimento urgente. Para queimaduras mais leves, sem ferimento, a indicação é lavar com água corrente, proteger com um pano úmido e limpo e procurar um serviço médico. “São medidas que se faz de imediato”, explicou o diretor da SBCM. Por outro lado, alertou que não se deve passar produtos como pasta de dente, clara de ovo ou manteiga no local da queimadura, porque esses produtos podem trazer infecção no local. “Algumas vezes se formam bolhas, mas somente o médico pode estourar”, advertiu.
No caso de ferimentos em que hajam fraturas e amputações, o procedimento é lavar, proteger o local e, se estiver sangrando, fazer uma compressão com um pano limpo e seguir para o pronto-socorro. “O grau de gravidade de uma queimadura, após uma explosão, é muito variado – vai desde o primeiro grau até amputações terríveis”.
Dados do Ministério da Saúde revelam que de 2019 a 2022, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 1.548 internações por ferimentos causados por fogos de artifício, à média de um caso por dia. Neste ano de 2023, informações preliminares do ministério mostram um total de 266 internações com esse mesmo perfil, efetuadas entre janeiro e setembro. “É bom comemorar, mas com precaução”, alerta Gama.
(Com Agência Brasil)