Médicos alertam para a doença que mais mata mulheres no mundo
Silenciosa, hipertensão está por trás de ataques cardíacos e derrames, sendo mais prevalente com o avançar da idade
A Sociedade Europeia de Cardiologia emitiu um alarme global: as mulheres precisam controlar melhor a pressão alta, principal fator de risco entre elas para a ocorrência de doenças cardiovasculares. Hoje, infarto, AVC e outras complicações representam a maior causa de morte no planeta.
“Minha mensagem para todas as mulheres é levar a sério a pressão, conhecer seus valores e entender com o médico quando é preciso fazer um tratamento. Não podemos subestimar seus efeitos no longo prazo”, declarou a cardiologista Angela Maas, diretora do Programa de Saúde Cardíaca da Mulher do Centro Médico Radboud, em Nijmegen, na Holanda.
Embora o controle deva ser individualizado, como regra geral os especialistas recomendam que a pressão não ultrapasse os 13 por 8. A hipertensão dá as caras quando o valor bate os 14 por 9. Mesmo assim, há toda uma discussão sobre os índices mais adequados de acordo com a variação da idade.
O grande dilema da hipertensão é que ela passa anos sem dar sintomas. Não é raro que, sem diagnóstico, a primeira manifestação seja um evento cardiovascular grave.
Apesar de ser mais prevalente em homens até os 50 anos de idade, depois dessa faixa etária a pressão alta tende a ser mais comum em mulheres. Uma das razões é a menopausa: com a queda do hormônio feminino, as artérias perdem um fator de proteção contra o envelhecimento, o enrijecimento e a obstrução por placas de gordura.
O acompanhamento da pressão arterial, com medidas simples, feitas em casa, na farmácia ou no consultório, deve começar no início da vida adulta. E, havendo sintomas como palpitações, dores de cabeça, inchaço nas pernas ou sensação estranha no peito, o médico deve ser rapidamente procurado.
Os experts chamam a atenção também para a gestação. Eventos como aumento da pressão arterial e pré-eclâmpsia nessa fase, por exemplo, significam que os cuidados deverão ser redobrados mesmo depois do fim da gravidez.
O estilo de vida é peça-chave na prevenção e no controle da doença, desde cedo. “Exercitar-se regularmente, ter uma dieta equilibrada, reduzir a ingestão de sal, limitar o consumo de álcool, parar de fumar e perder peso são as principais medidas”, diz a professora Maas.
E, feito o diagnóstico, é essencial aderir ao tratamento médico para baixar os níveis pressóricos.