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Mulher entra em coma depois de cortar a perna com prego enferrujado

A canadense Colleen O'Connor, de 38 anos, foi diagnosticada com infecção causada por bactéria devoradora de carne

Por Da Redação
Atualizado em 6 jun 2018, 19h08 - Publicado em 6 jun 2018, 17h44

Uma mulher canadense passou um mês na UTI e quase perdeu uma perna depois de ser contaminada por uma bactéria carnívora rara adquirida depois de se cortar com prego enferrujado. Segundo a Fox News, Colleen O’Connor, de 38 anos, estava ajudando as amigas a reformar uma casa em ruínas quando machucou a perna esquerda no objeto pontiagudo, que saía de uma parede do local.

Quatro dias  após o incidente, Colleen acordou com dores nos tendões da perna direita, que não havia sido machucada. No momento, a mulher imaginou que as dores estivessem relacionadas a uma possível lesão sofrida durante uma de suas sessões regulares de ginástica e kickboxing.

Entretanto, quando os sintomas não diminuíram, ela precisou ser levada para a emergência, onde perdeu a consciência depois de ter entrado em choque. “Eu estava gritando de dor e chorando. Minha mãe disse ao meu pai: ‘Vamos para o hospital’. Eu imaginei que teria uma chance superar a dor ou algo assim. Não me lembro de nada, mas minha mãe percebeu que minha perna estava ficando roxa. Eles me levaram às pressas para o hospital, onde minha perna foi aberta. Eles disseram que a infecção vazou de dentro de mim”, contou à Fox News.

Fasciite necrotizante

Quando Colleen acordou, dez dias e três cirurgias mais tarde, os médicos do Welland County General Hospital, no Canadá, já haviam feito o diagnóstico: fasciite necrotizante. Essa infecção, causada por uma bactéria devoradora de carne, gera toxinas capazes de destruir o tecido muscular, se disseminando rapidamente. Os médicos identificaram a causa da infecção depois de encontrar um bolor negro – que eles acreditam ter sido causado pelo prego enferrujado – na corrente sanguínea da canadense.

A fasciite necrotizante (ou fasciite necrótica) ocorre quando bactérias carnívoras entram no corpo através de uma ruptura na pele. Indivíduos com sistema imunológico debilitado estão mais vulneráveis a infecção, que causa sintomas como bolhas, febre, fadiga e intensas dores na região da ferida. Nos Estados Unidos, cerca de 20.000 pessoas são afetadas por estas bactérias anualmente. No Brasil, estima-se que sejam menos de 15.000.

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Colleen passou cerca de um mês na UTI e quase três fazendo retornos ao hospital (de agosto a outubro de 2017), para conseguir fechar a ferida – que recebeu 97 grampos cirúrgicos. Ela também precisou reaprender a andar. Por causa do trauma, a mulher ainda foi diagnosticada com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), um distúrbio psicológico causado por acontecimentos assustadores que não podem ser superados. “Eu tenho TEPT e estou procurando aconselhamento. Isso dá me pesadelos. Algumas noites eu tenho medo de ir dormir porque eu sonho com o que aconteceu e o resultado é sempre pior. Isso teve um impacto enorme na minha vida e minha saúde mental”, revelou.

Risco de morte

Apesar de ter conseguido se recuperar, pouco depois de chegar ao hospital, os médicos disseram que havia grandes chances de que ela morresse no mesmo dia. Colleen desenvolveu icterícia, também conhecida como amarelão, provocada pelo excesso de bilirrubina no sangue – sintoma da destruição de hemoglobinas, responsável pelo transporte do oxigênio no sangue. Além disso, seu corpo recusava a medicação.

Quando o tratamento começou a fazer efeito, os médicos ainda alertaram para a possibilidade da perda dos pés e das mãos já que sua circulação sanguínea estava comprometida. Antes que a infecção se alastrasse e atingisse a fáscia, tecido fibroso que envolve os músculos do corpo, os médicos conseguiram controlar o problema.

Além de perder 45 quilos enquanto esteve no hospital, Colleen ainda ficou com uma cicatriz enorme na perna, que vai do alto da coxa até a canela. “Não é algo que você acha que vai acontecer com você. Foi aterrorizante”, comentou.

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