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Nobel de Medicina vai para descoberta dos microRNAs e seu papel na genética

Prêmio reconhece o trabalho de Victor Ambros e Gary Ruvkun na elucidação dessas pequenas moléculas que participam da regulação genética

Por Diogo Sponchiato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 out 2024, 07h59 - Publicado em 7 out 2024, 06h38
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  • O Prêmio Nobel de Medicina ou Fisiologia de 2024 foi concedido nesta segunda-feira, 7 de outubro, aos dois cientistas que desvendaram os microRNAs, pequenas moléculas com importante participação na regulação dos genes e de processos que regem a vida.

    A distinção, escolhida pelo comitê do Nobel junto ao Instituto Karolinska, na Suécia, reconhece o trabalho dos americanos Victor Ambros e Gary Ruvkun na descoberta dessas moléculas e em seu papel na regulação genômica após o processo de transcrição do RNA dentro da célula – tal mecanismo é o que permite que os comandos dados pelos genes se materializem em proteínas.

    Ambros, da Universidade de Massachusetts (EUA), e Ruvkun, de Harvard, demonstraram a existência dessas peças do quebra-cabeça genético, sua função e sua presença ao longo da evolução das espécies a partir de estudos com o verme C. elegans.

    Victor Ambros descreveu o primeiro microRNA em 1993, e Gary Ruvkun apresentou ao mundo o segundo no ano 2000. Hoje se sabe que existem mais de 1 000 microRNAs identificados em células de diversos organismos.

    Segundo o comitê responsável pela láurea, a contribuição de ambos à fisiologia e à biologia molecular foi seminal por decifrarem um mecanismo inesperado de regulação genômica.

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    O entendimento e a manipulação dos microRNAs também abrem caminho a novas aplicações na medicina, como tratamentos para o câncer e doenças cardíacas e renais. Contudo, esse ainda será um longo trajeto até os pacientes – uma das dificuldades é entregar a molécula ao local do corpo desejado.

    A premiação

    O Prêmio Nobel de Medicina se pauta pela condecoração de uma grande descoberta ou mudança de paradigma nas ciências da saúde – seja por aprimorar o conhecimento sobre o corpo humano, seja por melhorar a abordagem de uma doença ou grupo de doenças. Trabalhos sobre genes, hormônios, sistemas orgânicos e agentes infecciosos já foram contemplados em mais de um século de distinção.

    Esta é a 115ª edição da premiação, que, em 2023, reverenciou o trabalho da húngara Katalin Karikó e do americano Drew Weissman, responsáveis pela linha de pesquisa que originou as vacinas de RNA contra a Covid-19.

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    Em seu primeiro ano, 1901, a medalha com a efígie de Alfred Nobel foi entregue ao alemão Emil von Behring por sua contribuição decisiva ao desenvolvimento de um soro para difteria, uma doença até então letal. Depois dele, outros 228 pesquisadores ganharam o prêmio até hoje.

    Os vencedores deste ano dividem um prêmio de 11 milhões de coroas suecas – o equivalente a 5,8 milhões de reais.

    Semana de premiação

    O Nobel de Medicina ou Fisiologia abre a temporada 2024 de anúncio das premiações. Confira a agenda:

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    – segunda-feira (7): Medicina ou Fisiologia
    – terça-feria (8): Física
    – quarta-feria (9): Química
    – quinta-feira (10): Literatura
    – sexta-feira (11): Paz
    –  segunda-feira (14): Ciências Econômicas

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