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Novo tratamento com ultrassom vai tratar a diabetes

Pesquisa da Universidade de Yale demonstra bons resultados para prevenir e até reverter a doença sem o uso de medicamentos

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 jul 2022, 17h43 - Publicado em 20 abr 2022, 20h00

É possível tratar diabetes sem uso de fármacos? Pesquisadores da Escola de Medicina de Yale, nos Estados Unidos, e de outras instituições garantem que sim. Um estudo, publicado na revista Nature Biomedical Engineering, demonstrou a capacidade de usar o ultrassom para estimular vias neurometabólicas específicas no corpo que podem prevenir ou reverter o aparecimento de diabetes tipo 2. “Embora já tenhamos uma grande variedade de medicamentos antidiabéticos disponíveis para tratar níveis elevados de glicose, estamos sempre procurando novas maneiras de melhorar a sensibilidade à insulina no diabetes”, disse Raimund Herzog, professor de endocrinologia no Departamento de Medicina Interna de Yale e membro do Yale Diabetes Research Center.

O próximo passo da equipe de cientistas é realizar testes de viabilidade em humanos com indivíduos diabéticos tipo 2, aproximando a medicina do dia em que a doença não será mais monitorada e controlada com testes de açúcar no sangue, injeções de insulina e tratamentos medicamentosos.

O objetivo das pesquisas é fornecer um tratamento duradouro para pessoas com diabetes tipo 2 que aliviem e potencialmente reverta a doença caracterizada por uma grande quantidade de açúcar circulando na corrente sanguínea e que acomete milhões de pessoas em todo o mundo. A diabetes é uma das principais causas de cegueira, insuficiência renal, ataques cardíacos, acidente vascular cerebral e amputação de membros inferiores.

Por meio de seu laboratório, Herzog testou a magnitude do efeito do tratamento com ultrassom na glicose no sangue. “Infelizmente, existem poucos medicamentos que reduzem os níveis de insulina”, afirmou o especialista, acrescentando. “Se nossos ensaios clínicos confirmarem a promessa dos estudos pré-clínicos relatados neste artigo, e o ultrassom puder ser usado para reduzir os níveis de insulina e glicose, a neuromodulação do ultrassom representaria uma adição emocionante e totalmente nova às opções atuais de tratamento para nossos pacientes”.

As descobertas relatadas representam um marco significativo no campo da medicina bioeletrônica, que explora novas maneiras de tratar doenças crônicas, como a diabetes, usando novos dispositivos médicos para modular o sistema nervoso do corpo. Nos últimos seis anos, a GE Research vem desenvolvendo uma nova técnica de estimulação não invasiva que usa ultrassom para estimular vias neurais específicas dentro de órgãos associados a doença.

Após os estudos pré-clínicos relatados, os colaboradores se envolveram em pesquisas adicionais que investigam os efeitos da dosagem alternada, como o tipo de pulso de ultrassom e a duração do tratamento. A equipe deve relatar os resultados ainda este ano.

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