Número de infectados por coronavírus deve ser sete vezes maior, diz estudo
De acordo com os dados coletados em 90 cidades, 760 mil pessoas teriam sido contaminadas e têm anticorpos para a doença
O número de infectados pelo coronavírus deve ser cerca de sete vezes maior em relação aquele registrado nas estatísticas oficiais. É o que aponta o resultado da etapa inicial do estudo Epicovid-19, primeira pesquisa nacional sobre a doença, realizada Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e divulgada nesta segunda-feira, 25.
De acordo com os dados coletados em 90 cidades, 760 mil pessoas teriam sido contaminadas e têm anticorpos para a doença, cerca de 1,4% da população somada desses municípios, número sete vezes maior do que o das estatísticas oficiais nessas localidades. Nessas cidades mora mais de 25% da população brasileira. A taxa pode variar de 1,3% a 1,6% pela margem de erro. Foram testados 25.025 moradores de 90 municípios, incluindo 21 capitais, entre os dias 14 e 21 de maio.
Na cidade de São Paulo, cerca de 3,1% da população já teria sido infectada e teria anticorpos na data da pesquisa. No Rio de Janeiro, a taxa é de 2,2%. As maiores taxas de infecção foram registradas em cidades do Norte, como Belém (15,1%) e Manaus (12,5%). A maior taxa entre as 90 cidades pesquisadas foi verificada em Breves, município com 103 mil habitantes, no Pará, com 24,8% deles contaminados, na estimativa.
A pesquisa verificou se as pessoas tinham anticorpos para a doença, ou seja, pode ser o caso de um infectado assintomático, ou quase isso. Nas estatísticas oficiais, são contados apenas casos confirmados, pessoas com sintomas evidentes da doença que foram testadas.