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O colesterol bom pode prejudicar a saúde, revela estudo

Um novo estudo mostrou que níveis muito altos do colesterol HDL podem aumentar o risco de morte prematura. Há explicação para isso

Por Marina Felix Atualizado em 1 set 2017, 15h12 - Publicado em 1 set 2017, 12h26
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  • Receber do médico ou do laboratório a notícia de que os níveis de colesterol bom, o chamado HDL, estão bem, é uma das maiores alegrias para quem preza e cuida de saúde. Mas quando ele está acima do normal… o efeito pode ser desastroso – até mesmo aumentar o risco de morte. Foi o que revelou recentemente um novo estudo publicado no European Heart Journal.

    O estudo

    O novo trabalho mostrou que níveis de até 73 miligramas por decilitro de sangue para os homens e 93 para as mulheres são considerados adequados. No entanto, homens com taxa de HDL entre 97 e 115 tiveram 36% mais risco de morrer cedo e o dobro do risco quando o índice era acima de 116. Já as mulheres com níveis superiores a 135 tiveram um risco de morte 68% maior.

    O papel do HDL

    “O HDL sempre foi visto como um fator protetor em estudos observacionais, mas se tratavam de pessoas com taxas naturalmente elevadas para outros fatores de risco associados, como pressão alta e colesterol ruim alto”, explicou Marcus Vinicius Bolivar Malachias, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia e professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.

    Uma das questões apontadas é o fato de que existem vários subtipos do tipo HDL e nem todos elas são protetoras. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, é possível detectar os tipos de partículas presentes no colesterol HDL a partir de exames de sangue que utilizam a metodologia da ultracentrifugação, procedimento aplicado na biologia molecular. “Identificou-se que os subtipos benéficos, que conseguem fazer o transporte reverso, são os que  englobam a gordura do organismo. Os outros não”

    Caso raro

    O estudo apontou que os níveis elevados de HDL estão associados a um polimorfismo do gene CETP (inibidor de uma enzima ligada à destruição do HDL) que conduz a baixa, ou nula, atividade do chamado transporte reverso – o transporte do colesterol dos tecidos do corpo humano ao fígado.

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    Apesar dos resultados surpreendentes, no recente trabalho apenas 2,3% dos homens mostraram níveis de colesterol HDL acima de 97 e só 0,3% das mulheres tinham níveis maiores que 135. Ou seja, não é uma situação tão comum.

    Benefícios

    É devido a essas questões que as diretrizes de cardiologia têm abandonado a abordagem do HDL e estão mais focadas na redução do colesterol LDL – a partir das mudanças de hábito, como alimentação saudável e medicamentos, como as estatinas.

    No entanto, é importante ressaltar que níveis muito baixos de HDL também podem representar riscos – HDL abaixo de 39 no sangue pode não ser suficientes para a manutenção do colesterol. “Há características de partículas HDL que são extremamente benéficas, que é capacidade de produzir enzimas antioxidantes, anti-inflamatórias e antitrombóticas”, diz Malachias.

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