A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou nesta quinta-feira, 15, o uso de dexametasona, um medicamento que trata desde problemas reumáticos inflamatórios a alergias, para o tratamento da Covid-19. A nova indicação terapêutica será publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira, 16, e incluirá apenas o Decadron Injetável (Fosfato dissódico de dexametasona), fabricado pela empresa Aché.
O tratamento será indicado apenas para pacientes com quadros graves ou críticos da doença. De acordo com a Anvisa, a aprovação se baseou nas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) publicadas no documento Therapeutics and COVID-19: living guideline e nas manifestações de autoridades reguladoras estrangeiras equivalentes, em especial, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês).
A dexametasona é um corticoide (mais especificamente, um glicocorticoide) que se mostrou capaz de reduzir significativamente o risco de morte em pessoas entubadas ou mesmo necessitando de oxigênio sem necessidade de entubação. A reação inflamatória de alguns pacientes diante do novo coronavírus é tão agressiva que chega a ser tão ou mais perigosa que a infecção em si. É essa resposta fora de proporção do organismo que leva tantos casos às formas mais graves de Covid-19, fenômeno conhecido como tempestade inflamatória ou tempestade de citocinas. O remédio alivia isso e permite que o organismo se recupere mais facilmente.
Contudo, os efeitos colaterais desse medicamento se intensificam conforme o tempo de tratamento e a dose – por isso a receita médica e o acompanhamento profissional são indispensáveis. Além disso, a Anvisa alerta que nenhum medicamento substitui as vacinas aprovadas.