A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta segunda-feira, 28, que a monkeypox, mais conhecida como varíola dos macacos, passará a ser chamada de mpox. A mudança de nome tem como objetivo seguir as práticas atuais para a nomeação de doenças, evitando estigmas a culturas e populações, além de impactos para turismo e bem-estar animal.
Especialistas ao redor do mundo debatem com a entidade a possibilidade de mudança de nome deste a metade do ano. Em junho, a OMS informou que um processo para reconsiderar a nomenclatura já tinha sido aberto pelo Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus (ICTV), responsável por procedimentos dessa natureza, e que a alteração teria como objetivo seguir as “práticas atuais na nomeação de doenças”.
No mês seguinte, foi aberta uma consulta para estabelecer a nova nomenclatura. Em uma cartilha de 2015, a organização explica que os nomes dados às doenças devem minimizar impactos negativos para viagens, turismo, comércio ou bem-estar animal e “evitar ofender qualquer cultura, grupos sociais, nacionais, regionais, profissionais ou étnicos”. De acordo com a entidade, o nome varíola dos macacos foi dado antes do estabelecimento desses critérios.
O termo monkeypox ainda será usado por um período de transição de um ano. Depois, será eliminado. “Isso serve para atenuar as preocupações levantadas por especialistas sobre a confusão causada por uma mudança de nome em meio a um surto global. Também dá tempo para concluir o processo de atualização da CID (Classificação Internacional de Doenças) e para atualizar as publicações da OMS”, informou a entidade.
Para a mudança, de acordo com a OMS, foram ouvidos órgãos consultivos e representantes de autoridades governamentais de 45 países.
Em julho, a zoonose viral foi considerada uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (PHEIC, na sigla em inglês) pela OMS. Segundo a plataforma Our World in Data, ligada à Universidade de Oxford, foram contabilizados 81,1 mil casos e 55 mortes no mundo. O Brasil registrou 9,9 mil casos e 12 óbitos.
Monkeypox
Descoberta em 1958, a monkeypox (varíola dos macacos) recebeu esse nome por ter sido observada pela primeira vez em primatas utilizados em pesquisa. Ela circula principalmente entre roedores, e humanos podem se infectar com o consumo da carne, contato com animais mortos ou ferimentos causados por eles.
Entre os sintomas, estão: febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. A erupção cutânea começa geralmente no rosto e, depois, se espalha para outras partes do corpo, principalmente as mãos e os pés. Antes do surto, a doença era considerada endêmica em países da África central e ocidental, como República Democrática do Congo e Nigéria.
Análises preliminares sobre os primeiros casos do surto na Europa e na América do Norte demonstraram que o vírus foi detectado por serviços de cuidados primários ou de saúde sexual e os principais pacientes eram homens que fazem sexo com homens. No entanto, a OMS já alertou para o fato de que essa não é uma doença que afeta grupos específicos e que qualquer pessoa pode contraí-la se tiver contato próximo com alguém infectado.