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OMS faz alerta sobre aumento de dengue diante de aquecimento global

Taxas de infecção cresceram oito vezes em 2022 em relação a 2000; cenário ambiental favorece proliferação do mosquito transmissor da doença

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 21 jul 2023, 19h06
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  • A Organização Mundial da Saúde  (OMS) emitiu um alerta nesta sexta-feira, 21, sobre o risco de aumento de casos de dengue no mundo diante do aquecimento global, que favorece a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Segundo a entidade, as taxas de infecção pelo vírus cresceram oito vezes em 2022 em relação ao ano 2000 e episódios são registrados pela primeira vez em algumas localidades. Há ainda países, como o Peru, que declararam estado de emergência em regiões afetadas.

    A declaração foi dada por Raman Velayudhan, especialista do departamento de controle de doenças tropicais negligenciadas da OMS, em coletiva de imprensa em Genebra divulgada pela Agência Reuters.

    “Os casos relatados à OMS atingiram um recorde histórico em 2019, com 5,2 milhões de casos em 129 países”, afirma Velayudhan. “Este ano, o mundo está a caminho de ‘mais de 4 milhões’ de casos, dependendo principalmente da estação das monções na Ásia”, alerta.

    Segundo ele, as Américas já registraram cerca de 3 milhões de casos neste ano . “A região americana certamente mostra que é ruim e esperamos que a região asiática consiga controlá-la.”

    Ainda de acordo com o especialista, aproximadamente metade da população mundial está sob risco de infecção pelo vírus. A OMS informou que, em março deste ano, houve o primeiro relato da doença em Cartum, capital do Sudão, e que a Europa tem relatado aumento de episódios de dengue.

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    O aquecimento global foi apontado como um dos fatores que impulsionam a disseminação do mosquito Aedes aegypti, que encontra condições favoráveis para se reproduzir com a elevação das temperaturas. Além disso, a ocupação irregular de espaços urbanos, problemas de saneamento e a falta de planejamento nas cidades contribuem para o aumento de casos.

    “O mosquito é um inseto muito inteligente e pode se reproduzir em recipientes de armazenamento de água onde a temperatura não sobe tanto”, explica Velayudhan.

    Na última quarta-feira, 19, a OMS publicou boletim onde classificou a região das Américas com risco de dengue em alto nível regional e destacou que, do início do ano até o momento, a região já superou os 2,8 milhões de casos registrados em 2022 – o terceiro com mais episódios desde 2016 -.

    No documento, a entidade informa que os casos se concentram no Brasil (2.376.522 casos), Peru (188.326 casos) e Bolívia (133.779 casos). “O maior número de casos graves de dengue foi observado nos seguintes países: Brasil com 1.249 casos, Peru com 701 casos, Colômbia com 683 casos, Bolívia com 591 casos e México com 141 casos”, diz o informe.

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